O câncer de próstata, associado principalmente à terceira idade, está se tornando mais frequente no Brasil, com cerca de 75% dos casos globais ocorrendo em homens com mais de 65 anos. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, até 2025, o país deverá registrar 71.730 novos casos anualmente, sendo 7.930 apenas no estado do Rio de Janeiro. Com a evolução dos métodos de diagnóstico, como o PSA e a ressonância magnética multiparamétrica, os médicos conseguem detectar a doença com mais precisão, aumentando as chances de cura quando o câncer é descoberto precocemente.
Importância dos exames de rotina e diagnóstico precoce
Muitos homens ainda evitam o exame de toque retal, um procedimento simples e eficaz para detectar nódulos na próstata, por conta de preconceitos. No entanto, além do toque retal, o PSA, um exame de sangue específico para a próstata, é uma ferramenta importante para o rastreamento do câncer. Segundo a oncologista Mariane Fontes, da Oncoclínicas Rio de Janeiro, mais de 90% dos casos detectados em estágio inicial têm boas chances de cura, segundo estatísticas do INCA.
“A primeira visita ao urologista deve acontecer por volta dos 40 anos. Isso permite discutir os benefícios do rastreamento com o médico e definir a melhor idade para iniciar os exames, dependendo dos fatores de risco de cada paciente. Homens afrodescendentes ou com histórico familiar da doença, por exemplo, devem iniciar o acompanhamento aos 45 anos, enquanto outros podem começar aos 50,” explica Mariane. Ela reforça que o PSA e o toque retal são exames fundamentais na detecção precoce do câncer de próstata.
Avanços nos tratamentos para casos metastáticos
Novas abordagens terapêuticas foram apresentadas recentemente no congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), em Barcelona, mostrando alternativas promissoras para pacientes com câncer de próstata metastático. Estudos como o PEACE-3 e o ARANOTE trazem opções que melhoram a qualidade de vida dos pacientes, combinando tratamentos como enzalutamida e radiofármacos ou bloqueios hormonais.
“Essas novas combinações representam uma esperança para pacientes que precisam de cuidados intensivos. São avanços importantes e podem fazer diferença no futuro,” comenta a oncologista.
Estilo de vida saudável ajuda na prevenção
Embora não exista uma recomendação específica para evitar o câncer de próstata, hábitos como evitar a obesidade, controlar o consumo de carne vermelha, gorduras, álcool e cigarro, e seguir uma dieta balanceada, são recomendados para quem busca reduzir os riscos de tumores malignos. Segundo Mariane, alimentos como frutas, vegetais ricos em carotenoides, feijões e soja têm efeitos protetores contra o câncer.
“É essencial manter uma vida equilibrada, com cuidados físicos e mentais, para prevenir o câncer e outras doenças,” finaliza Mariane Fontes.