Comprometida com a missão de promover transformações que melhorem a forma como o câncer de mama é tratado, a Gilead Oncology apresentou dois painéis na última quarta-feira (25), no 11º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). Contando com especialistas e depoimentos de pacientes, o encontro abordou temas de grande relevância no cenário atual, como as opções terapêuticas e acesso ao tratamento; jornada do paciente com câncer de mama no SUS e a importância dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o câncer de mama.
“O câncer de mama é um desafio para a saúde pública, mas estamos avançando cada vez mais no desenvolvimento de novas terapias e no aprimoramento dos cuidados aos pacientes”, afirma Marília Casseb, diretora de assuntos externos da Gilead Sciences Brasil. “A Gilead está comprometida em contribuir para um futuro mais saudável, oferecendo soluções inovadoras e acessíveis para todos.”
Em pleno Outubro Rosa, o mês de conscientização sobre o câncer de mama, somos levados a refletir sobre dados alarmantes: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano, 2,3 milhões de mulheres são diagnosticadas com câncer de mama no mundo1. Apenas no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer, são mais de 73 mil novos casos anualmente2, sendo o segundo tumor mais comum entre as mulheres brasileiras, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
Em uma doença em que o diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento no tempo certo são essenciais para a remissão e controle, o primeiro painel – intitulado “Falando sobre os cânceres de mama em diferentes estágios da doença” – abordou a importância do aperfeiçoamento do sistema de saúde público para atender a essas milhares de pacientes de câncer de mama. Destaque especial foi dado ao câncer de mama triplo negativo avançado, face à sua agressividade e rapidez na progressão da doença.
No debate, mediado por Helena Esteves, Gerente de Advocacy do Oncoguia, Dra. Laura Testa, oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), apresentou um panorama geral sobre os cânceres de mama mais prevalentes, as formas de diagnóstico e tratamentos disponíveis e reforçou que há uma grande necessidade de preparo das instituições para o diagnóstico rápido e eficaz.
“O acesso ao diagnóstico e ao tratamento rápidos pode ser considerado um dos principais pontos de melhoria no sistema de saúde. A falta de acesso à informação para as pacientes também é algo crítico para um tratamento eficaz”, alerta Laura Testa.
O painel também contou com a presença de Alexandra Maria Teles Gomes Maricato, diagnosticada com câncer de mama triplo negativo avançado, em tratamento há quatro anos e paciente do Sistema Único de Saúde. Alexandra compartilhou sua jornada desde a descoberta até o tratamento do câncer, indicando a falta de informação como o maior fator impeditivo para o início de seu tratamento.
“Eu nem sabia que câncer tinha nome e sobrenome. Eu não tinha ideia de que existiam subtipos, e quando recebi o diagnóstico não tinha noção de qual caminho seguir”. Essa deficiência de orientação e suporte para a paciente resultou na demora de 6 meses, do 1º diagnóstico até a sua 1ª cirurgia.
Hoje, Alexandra faz parte de um estudo clínico pelo CEPHO (Centro de Estudos e Pesquisas de Hematologia e Oncologia da FMABC)tendo acesso a uma terapia inovadora que ajudou a controlar a sua doença. “Participar do estudo representou vida para mim. Foi a esperança de ver um novo amanhã”, conta a paciente. Alexandra enfatizou em suas palavras ter tido “sorte” por ter sido convidada a participar de um estudo clínico, o que também trouxe à luz o quanto é importante que mais pesquisas clínicas sejam realizadas no Brasil, bem como a divulgação das mesmas se dê de forma ampla e acessível a mais pacientes.
O segundo painel, trouxe luz à importância do novo PCDT de câncer de mama como uma das etapasimportantes no processo de acesso ao tratamento. Helena Esteves conversou com Santusa Santana, farmacêutica e especialista em SUS, ex-consultora técnica do Ministério da Saúde, Silvia Ferrite, paciente de câncer de mama metastático, membro Advocate do Comitê de Pacientes do Instituto Oncoguia e a Dra. Laura Testa.
Os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs), diferentemente das Diretrizes Diagnósticas e Terapêuticas (DDTs), são documentos que de forma geral estabelecem os critérios para o diagnóstico da doença, o tratamento preconizado e o acompanhamento do paciente considerando as tecnologias incorporadas no SUS, enquanto as diretrizes vão apenas nortear as condutas baseadas na evidência científica.No caso do câncer de mama, o PCDT foi desenvolvido recentemente pelo Ministério daSaúde, mas ainda se encontra em processo de implementação para substituir a atual DDT³ .
O PCDT é um documento que serve como uma garantia de que os profissionais da saúde seguirão determinados passos para um tratamento adequado e igualitário para todas as pacientes com câncer de mama, o que não ocorre no cenário atual. Além disso, o que estiver preconizado no PCDT deverá ser obrigatoriamente fornecido pelo governo. Daí a importância de sua atualização constante.
Santusa Santana destaca que, ao oferecer critérios detalhados para cada caso, “o protocolo é essencial para não atrasar o tratamento. Além de também ser um instrumento de informação para que o paciente conheça os seus direitos”, sinaliza.
“Essa falta de protocolo resulta, não apenas na diferença entre tratamentos e na demora de um tratamento adequado, como também afeta o estado psicológico da paciente”, finaliza Silvia Ferrite.
A ênfase na implementação dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas reforça a necessidade de um sistema de saúde mais eficiente e inclusivo, garantindo que todas as pacientes tenham acesso a informações e tratamentos adequados. A experiência de pacientes como Alexandra, que encontrou esperança em novas terapias, ilustra a importância de iniciativas que promovam a educação e o suporte durante a jornada de tratamento. Assim, a palestra não apenas trouxe à tona questões críticas, mas também inspira um futuro mais justo e esperançoso para todas as mulheres afetadas pelo câncer de mama.
Importante destacar que a falta de informação foi um tema transversal nas discussões, o que reforça a percepção de que se faz necessário refletir e implementar diversas ações que gerem informação clara e consistente para públicos bem definidos, sejam eles o próprio paciente, seus familiares e/ou cuidadores, para torná-los protagonistas da própria saúde e, ao mesmo tempo para influenciar as políticas que visam melhorar a qualidade da assistência, ampliação de tratamento, acesso e outras necessidades que se fazem muito presentes e precisam ser atendidas pelo sistema público de saúde.