Nos últimos meses a naturalização de atletas feita por EUA e China me chamou a atenção. Pois é um casamento onde o atleta ganha em oportunidade, estrutura e salário enquanto o país que os adota ganha em planejamento político-esportivo futuro.
A China, que anda a passos largos como potência econômica, disputou apenas uma Copa do Mundo de futebol, 2002. Mas já entendeu que como potência deve disputar espaço em tudo, inclusive no futebol – um dos esportes mais rentáveis do planeta. Pensando nisso, os chineses estão de olho nas Eliminatórias para a Copa de 2022, que começam em setembro deste ano. Mas como reforçar um time que anda mal das pernas? Naturalizando pernas inglesas: Yennaris; norueguesas: Saeter; e também brasileiras: Elkson (Esse com o processo de naturalização mais adiantado), Ricardo Goulart, Alan, Aloisio e Fernandinho.
Já os EUA vem naturalizando atletas de MMA (artes marciais mistas) visando uma futura inclusão da modalidade nos Jogos Olímpicos. Nesse caso, sabemos da naturalização de atletas como Vítor Belfort em 2018 e Anderson Silva 2019. Ambos atraídos sob o pretexto de estar no coração do UFC (ultimate fighting championship), irão preparar o terreno para que atletas estadunidenses habitem o topo do pódio por gerações.
Com esses dois exemplos, meu objetivo não é demonizar a China e os EUA. É sim, mostrar que esporte é coisa séria, planejada em longo prazo, garantindo ao atleta estrutura para treinos e profissionalização. Porque o atleta, quando treina, está trabalhando, seja para um clube ou para um país, está trabalhando!
*Rafael Alvarenga é professor de Filosofia e apaixonado por Esportes