Uma mulher jovem que desafia o Sistema em Búzios
Nesta segunda-feira (8), foi comemorado o Dia Internacional das Mulheres, um marco que lembra as lutas e conquistas do movimento feminista, além de trazer os debates sobre igualdade e representatividade. Em homenagem à data, a Prensa irá enaltecer mulheres ativistas na Costa do Sol, que contribuem para a sociedade de diversas formas.
A história de hoje será da Pétala Cormann, atualmente com 22 anos e moradora de Búzios, é reconhecida pela sua militância na defesa dos estudantes, além de participar de movimentos em defesa dos direitos das mulheres, trabalhadores e do povo negro.
Pétala nasceu no Rio de Janeiro, e antes de chegar à cidade de Búzios morou boa parte da infância no interior de São Paulo. Conheceu a península na copa de 2014, seus pais se renderam a calmaria do município e viram uma possibilidade de um recomeço.
Em 2016, Pétala, com 18 anos, iniciou seu último ano do ensino médio na Escola Estadual João de Oliveira Botas, onde teve o primeiro contato com o movimento estudantil. O “Grêmio Livre Revolução”, representação dos estudantes na escola, que buscava novos integrantes passando em sala e convidando os alunos. Pétala conta que “sentiu um frio na barriga”, com empolgação levantou sua mão para participar.
A partir desse dia aconteceram várias mudanças. Já como integrante do grêmio, ela participava de reuniões e assembleias que buscavam debater sobre os problemas cotidianos dos estudantes.
No mesmo ano, poucos meses depois, conheceu através do grêmio a Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (AERJ) e as entidades em conjunto resolveram apoiar a greve dos profissionais da educação. O apoio resultou na primeira ocupação de escola da Pétala.
Ela comenta que “foi uma das experiências mais incríveis da vida”. Foi onde os estudantes e ela se sentiram parte da escola e, por isso, sentia obrigação de zelar pelo local. Reunidos eles conseguiram manter o local organizado, além de ter oficinas, debates e aulas com professores voluntários.
Após a primeira experiência, Pétala, ingressou em organizações como a União da Juventude Rebelião e entidades como o Movimento de Mulheres da Região dos Lagos e Movimento Negro Perifa Zumbi.
Pétala entre os anos de 2016 e 2018 se tornou diretora da União Municipal dos Estudantes de Armação dos Búzios (UMEAB), no qual participou da segunda ocupação estudantil, no Colégio Municipal Paulo Freire, em 2018. Diante da ameaça do fim do ensino médio municipal, os estudantes se organizaram com a entidade e fizeram uma ocupação histórica.
Em meio aos movimentos ela aprendeu sobre a realidade das outras escolas da cidade e de outros jovens, assim como ela também passava pelos problemas cotidianos. Ela comenta que “um dos problemas era a falta do transporte, falta do acesso ao esporte, lazer e cultura dentro e fora da escola”.
Após acabar o ensino médio a ativista se envolveu com a construção do Coletivo Urbano Buziano (CUB), o coletivo promove atividade culturais nas praças da cidade através do movimento Hip Hop. Em uma dessas atividades ela conheceu o curso de Produção Cultural e a partir daí escolheu se profissionalizar e atualmente faz a graduação na UFF de Macaé.
Pétala segue na sua militância na cidade Búzios, no dia 8 de março esteve no ato simbólico que foi construído no intuito de ressaltar a importância das mulheres de ser organizarem. O ato respeitou o uso de máscara e álcool em gel.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Débora Evelin.