A primeira controladora de tráfego aéreo de Macaé sempre se mostrou confiante e destemida para o posto ocupado predominantemente por homens
Claudia Marisa Pinto Funke, de 68 anos, nasceu em Esteio, no Rio Grande do Sul. Ela passou por diversos postos de trabalhos, desde lojista à clínica de medicina, até ser aprovada em um concurso para controladora de tráfego aéreo. Apesar do local ser predominante masculino, ela nunca deixou se abater e manteve a confiança na capacidade para dominar o cargo. Foi assim que ela se tornou a pioneira em controle de tráfego aéreo em Macaé.
“A maioria dos que trabalhavam nesses locais eram homens, eu sempre estava em minoria. Mas nunca tive problemas. Tráfego aéreo para mim foi a melhor coisa do mundo, éramos tratados iguais. E eu fui uma das pioneiras em Macaé e uma das 20 primeiras mulheres a ser controladora em 1975”, comenta ela.
Saiu de Brasília para iniciar uma nova jornada em Macaé, pois o município estava em falta de controladores de tráfego aéreo, e decidiu se arriscar. Teve receio por não saber se era um emprego fixo, já que, de acordo com ela, o chefe de controle de tráfego aéreo não queria mulheres trabalhando neste cargo. Ela permaneceu no trabalho por 12 anos e foi onde se aposentou.
“Vim para uma nova oportunidade de trabalho, no começo foi ruim de me adaptar, mas meus filhos tiveram muita facilidade. Hoje também, até esqueço que já passei por tantas cidades”, comenta ela.
No início, assim que chegou à Região dos Lagos, ela comenta que os pilotos a trataram como se fosse iniciante, mas a trajetória de Cláudia já havia começado há muito tempo. Somente em Brasília eram 350 homens trabalhando e 20 mulheres como controladoras, em um setor.
Claudia, acredita que a força e garra nunca deixaram com que as pessoas e, principalmente, lugares, que prevalecessem homens, a colocasse para baixo ou diminuíssem quem é. Se manteve sempre firme dos objetivos e confiante. “Sempre falei para minhas filhas que tudo que um homem pode fazer a mulher também pode. Sempre falei isso, e que ninguém tem o direito de tocar nelas. Tentei passar uma mensagem de força para elas”.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.