Nesta quinta-feira (7), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), em conjunto com a Corregedoria da Polícia Militar, realizou uma operação para prender 22 policiais militares denunciados por corrupção passiva, negativa de obediência e associação criminosa. A investigação revelou um esquema apelidado de “tour da propina”, onde policiais do 20º BPM teriam visitado sistematicamente comércios em Nova Iguaçu para extorquir dinheiro. Ao todo, 54 estabelecimentos, incluindo lojas de reciclagem, ferros-velhos, distribuidores de gás e hortifrutis, foram identificados como alvos do grupo.
O caso começou a ser investigado após uma denúncia anônima apontar que agentes do 20º BPM estariam recolhendo propina em um estabelecimento de reciclagem no bairro de Miguel Couto. A Delegacia de Polícia Judiciária Militar intensificou o monitoramento, confirmando que várias guarnições do batalhão participavam da prática, extorquindo não só dinheiro, mas também engradados de cerveja e frutas.
“Tour da propina” ocorre semanalmente
De acordo com a denúncia, o modus operandi era repetitivo e acontecia semanalmente, principalmente às sextas-feiras. As viaturas paravam brevemente nos comércios, onde os policiais recebiam as quantias ou itens dos comerciantes antes de prosseguir. A promotoria considerou o comportamento dos denunciados ousado e destacou que as ações ocorriam em plena via pública, transformando o serviço policial numa “caçada ao arrego”.
O pedido de prisão foi autorizado pela Justiça, e a operação segue para garantir que os envolvidos respondam judicialmente por suas ações.