Cerca de 200 mulheres participaram, nesta segunda-feira (4) de mais uma edição do Movimento “Eu amo Búzios”. Liderado pela família Carrilho, o encontro, que aconteceu no Restaurante Tesouro Grill, em Manguinhos, já faz parte do calendário de eventos do projeto, e aproveitou a ocasião das comemorações do mês da mulher para debater diversas pautas femininas de relevância.
“Este encontro foi extremamente importante para dar voz às mulheres, identificando as necessidades de políticas públicas que atendam diretamente nossa cidade. Escolher a segunda-feira foi estratégico no sentido de proporcionar às mulheres empreendedoras estarem presentes e serem ouvidas” – comentou João Carrilho.
Entre as presentes estavam mulheres de todas idades e níveis sociais, incluindo empreendedoras, donas de casa e pessoas de todos os segmentos e bairros da cidade, todas com um objetivo em comum: debater políticas públicas voltadas para as mulheres. Entre os vários temas debatidos, um dos mais importantes foi a geração de emprego e renda. Isso porque apesar dos avanços significativos na luta por igualdade de gênero nas últimas décadas no Brasil, as mulheres ainda enfrentam discriminação no ambiente de trabalho.
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE) em 2022 apontou que, desde 2012 a taxa de desemprego das mulheres é superior à dos homens. De acordo com o levantamento, o índice de desempregadas era de 16,45% em 2021, o equivalente a mais de 7,5 milhões de mulheres.
Outro tema relevante foi a questão da segurança, principalmente sobre violência contra a mulher. De acordo com o governo federal, em 2023, a Central de Atendimento à Mulher recebeu quase 75 mil denúncias de violência pelo 180. De janeiro a outubro de 2023 foram 1.158 feminicídios, o que significa que, em média, quatro mulheres morrem diariamente no país vítimas de feminicídio, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Ainda sobre o assunto, um levantamento feito pela ONG Casa das Mulheres da Maré, do Rio de Janeiro, revela que as mulheres raramente citam serviços públicos como formas de enfrentar a violência: por falta de políticas públicas de segurança, elas acabam buscando as redes informais de proteção, como a própria família, igreja, ONGs, entre outras.
Como o foco do evento foi as mulheres, todas tiveram voz ativa e puderam participar do encontro fazendo perguntas e sugerindo ações que possam fazer parte das políticas públicas da cidade de forma a mudar e melhorar a realidade das mulheres buzianas.