O jornalista Mino Carta, uma das figuras mais influentes da imprensa brasileira, morreu na madrugada desta terça-feira (2), aos 91 anos. Nascido em Gênova, na Itália, em 1933, ele chegou ao Brasil em 1946 e construiu uma trajetória marcada pela criação de revistas que se tornaram referências no jornalismo nacional, como Veja, IstoÉ e CartaCapital.
A notícia gerou repercussão imediata no meio político e cultural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a perda em nota oficial e decretou luto nacional de três dias. “Recebi com muita tristeza a notícia da morte de meu amigo Mino Carta. Se hoje vivemos em uma democracia sólida, muito disso se deve ao trabalho deste verdadeiro humanista”, afirmou Lula.
Reconhecido como precursor do jornalismo moderno no país, Mino inovou ao introduzir novos padrões gráficos, narrativas críticas e independência editorial. Sua atuação foi fundamental para dar visibilidade a temas de relevância nacional, incluindo denúncias de abusos durante a ditadura militar.
Ao longo das décadas, consolidou-se como voz combativa, crítica e respeitada, sendo lembrado por colegas de profissão como um editor que nunca se afastou da defesa da liberdade de imprensa. Lula destacou também a relação pessoal entre os dois, recordando que foi Mino quem primeiro deu visibilidade ao movimento sindical que projetaria o ex-metalúrgico à presidência da República.
O legado de Mino Carta permanece vivo na memória do jornalismo brasileiro, marcado pela coragem de desafiar poderes estabelecidos e pela busca incessante por uma imprensa livre e crítica.