Morreu nesta terça-feira (13), aos 89 anos, o ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica.
Político, agricultor, escritor e ex-guerrilheiro, Mujica enfrentava um câncer de esôfago desde abril de 2024 e já havia anunciado o avanço da doença. A morte encerra a trajetória de um dos líderes mais admirados da América Latina, conhecido por seu exemplo de humildade, resistência e compromisso com a justiça social.
Presidente entre 2010 e 2015, Mujica ficou conhecido por transformar o Uruguai em um dos países mais progressistas da região, ao aprovar leis que legalizaram o aborto, o casamento homoafetivo e a maconha. Sua figura ganhou destaque mundial não apenas pelas conquistas políticas, mas por um estilo de vida frugal e pela crítica ao consumismo.
“Estou morrendo. E o guerreiro tem direito ao seu descanso”, disse em uma de suas últimas entrevistas, ao jornal uruguaio Búsqueda.
Preso por 13 anos durante a ditadura militar, Mujica sobreviveu a torturas, ao isolamento e a uma tentativa de assassinato. Em liberdade, reconstruiu sua trajetória política, tornou-se senador, ministro e, posteriormente, presidente. Mesmo no cargo mais alto do país, recusou luxos e continuou morando em sua chácara, nos arredores de Montevidéu.
Pepe Mujica deixa um legado que ultrapassa fronteiras ideológicas. Seu discurso direto, sua defesa radical da democracia e sua coerência entre palavras e atos o transformaram em símbolo global de integridade na política. Seu legado permanece vivo nas gerações que lutam por um mundo mais justo, solidário e humano.
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