Ex-deputado estadual tratava de um câncer na bexiga e estava internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo
Aos 66 anos, morreu o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), Jorge Picciani, na madrugada de sexta-feira (14). Ele estava internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para tratar de um câncer na bexiga, desde o dia 8 de abril.
O atual presidente da ALERJ, o deputado André Ceciliano (PT), ofereceu a casa legislativa para o velório.
Jorge Picciani foi presidente da ALERJ por quatro mandatos consecutivos, entre os anos de 2003 a 2010. Em 2015, após ficar quatro anos afastado, voltou a ocupar o cargo. Foi aliado do ex-governador Sérgio Cabral e chegou a ser investigado pela Operação Lava Jato, suspeito de corrupção.
Ele também já teve como projeto reduzir as férias dos parlamentares. Durante sua gestão, foi aprovada a Lei proibindo o nepotismo, três anos antes do Supremo Tribunal Federal (STF) estabelecer a não contratação de parentes como regra nacional. Também é de sua autoria a lei que garantiu vagões exclusivos para mulheres em horários de picos nos trens e metrôs do Rio de Janeiro.
Picciani também foi alvo de duas operações contra a corrupção na ALERJ. Em novembro de 2017, pela Operação Cadeia Velha, o presidente da Casa foi preso, junto com os deputados Paulo Mello e Edson Alertassi. As investigações apontavam os deputados que usavam suas influências para aprovar projetos e favorecer empresas de ônibus e empreiteiras.
Após um ano em prisão domiciliar, Picciani e outros noves parlamentares foram alvos da Furna da Onça que tratava sobre o recebimento de propinas mensais de até R$100 mil e de cargos para votar de acordo com o interesse do governo. Segundo a Policia Federal o esquema movimentou um valor de pelo menos 54 milhões.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Débora Evelin