O escultor Gilmario Santana, nascido em Itapetinga-Bahia, e por 18 anos morador de Búzios, morreu nesta quarta-feira (15), de complicações cardiorrespiratórias, aos 62 anos, em Vitória no Espirito Santo, mas foi enterrado em Colatina, interior do estado capixaba, onde a família tem um jazigo. O artista é reconhecido nacionalmente pelas obras em pedra e madeira em proporções gigantes, algumas chegam a seis metros de altura e muitas toneladas. Em Búzios, além de seu atelier as margens da Avenida José Bento Ribeiro Dantas, onde quem passa podia velo trabalhando em grandes peças de madeira, há duas grandes esculturas em pedra homenageando a cultura quilombola feitas por ele sob a pedido do município.
O que ocasionou as complicações que levaram o artista à morte, de acordo com informações dos amigos, foi um acidente há cerca de 6 meses. Demorou a procurar ajuda médica, o que agravou as complicações. Chegou a ser internado em hospitais de Búzios e Cabo Frio, mas cuidados mesmo recebeu de seus familiares, em especial, de uma irmã enfermeira, que conseguiu sua internação em Vitória. Deixou pais vivos e 12 irmãos.
São de sua autoria, dezenas de monumentos e adornos artísticos em praças e espaços públicos, como na Universidade de Belas Artes onde estudou em Salvador. E por todo interior do Estado com destaques em Porto Seguro e Ilhéus, no Teatro Castro Alves e na Fundação Cultural do Estado da Bahia. No Distrito Federal suas obras “estão por toda parte, entre as Super Quadras Comerciais e os Palácios da República”, fruto dos anos em que expôs na Academia de Tênis de Brasília.
Gilmário tem marcante passagem na produção de cenários para o Cinema. Com destaque no filme “Casa Grande e Senzala”. Suas centenas, alguns falam em milhares, de obras estão hoje em poder de colecionadores experientes e apreciadores de seu singular imaginário artístico. Sua temática nos convida a um “Universo Fantástico”. Onde cenários infinitos desfilam obras sacras e profanas em uníssono. Em um momento “barroco”, seu inconfundível estilo rústico se mescla a detalhados cenários, onde o “Bem e o Mau” são retratados em composições improváveis, como castelos e variações de personagens como anjos e sereias.