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Moradores de Búzios denunciam ocupação de pousadas e casas de veraneio e falhas nas barreiras sanitárias

Barreiras sanitárias em Rio das Ostras e Casimiro de Abreu vão funcionar das 6h até às 20h | Imagem: Reprodução

Nas redes sociais população reclama da grande quantidade de pessoas de fora que estão conseguindo atravessar as barreiras de entrada na cidade

Instaladas logo no início da pandemia (Decreto 1.366 de 21 de março 2020), as três barreiras sanitárias que fecham as entradas do município de Búzios, deixam muitas dúvidas nos moradores sobre sua forma de operação. Durante todo o dia, longas filas de veículos se formam nesses pontos de abordagem (Centrinho, Praça dos Quilombolas e Marina), onde é obrigatória a apresentação de documentos que comprovem residência ou trabalho em serviço essencial na cidade.

Em seu último decreto sobre as barreiras sanitárias (Decreto 1.423 de 28 de maio 2020), o prefeito André Granado determina regras mais restritivas de acesso à cidade, e somente documentos originais passam a ser aceitos. Comprovantes de residência ou de vínculo empregatício originais, acompanhados de documento de identificação oficial com foto, são a exigência para atravessar as barreiras. O Título de Eleitor passa a não servir mais como comprovante de residência. Além disso, desde o dia 11 de maio começou a valer a restrição de locomoção noturna das 23h às 6h. Horário em que as barreiras fecham e ninguém mais pode entrar na cidade.

Mas nada disso parece ter alterado a rotina do vai e vem de moradores de fora que insistem em vir para Búzios, principalmente nos finais de semana e feriados. Nas redes sociais são inúmeras as denúncias de moradores que veem as casas vizinhas lotarem de visitantes. Também pousadas clandestinas, que operam sem documentação, ficam livres da fiscalização e trabalham normalmente no período de isolamento.

Na última semana, o post no facebook, de uma caseira que trabalha em condomínio no bairro da Marina, provocou uma grande discussão sobre o tema. Indignada, ela reclamava que o condomínio estava lotado de pessoas que chegavam a toda hora do Rio, inclusive durante a madrugada, quando os acessos a Búzios deveriam estar fechados.

De acordo com a caseira, turistas que chegaram durante a madrugada, afirmaram que foram orientados pelos próprios guardas municipais da barreira, a entrarem pela Rua 22 na Maria Joaquina, saindo direto no bairro da Rasa. Ela pede fiscalização nos condomínios e pousadas, e finaliza dizendo que as barreiras só têm prejudicado os moradores, porque os turistas continuam entrando e ameaçando a população que fica exposta ao vírus.

Para o secretário de Segurança Pública, Marcelo Furriel, o trabalho das barreiras sanitárias está perfeito. Ele afirma desconhecer que pessoas burlem as restrições de acesso, e afirma que as entradas da cidade permanecem fechadas das 23h às 6h, período em que ninguém pode passar.

“Sobre a questão das casas de veraneio, não podemos impedir que os proprietários desses imóveis entrem na cidade. Eles possuem comprovante de residência, apresentam contas de concessionárias de água e luz e têm a passagem liberada”, explica Furriel.

Questionado se a barreira da Marina não deveria ser transferida para o trevo de entrada de Búzios, na RJ 106, numa parceria com a prefeitura de Cabo Frio, por se tratar de parte do território do município vizinho, uma vez que esta ação evitaria que pessoas burlassem as regras entrando pela Maria Joaquina. Além disso, livraria o morador da Rasa e bairros adjacentes do incômodo de ter que provar a todo momento que mora na cidade, enfrentando longas e demoradas filas, Furriel se limitou a dizer que isso envolveria consulta à Procuradoria Municipal para saber se é viável.

“Não podemos nos impor no lado de Cabo Frio. Temos que ver com a Procuradoria se isso é possível, se podemos propor esta parceria com a cidade vizinha. Por enquanto as barreiras vão continuar da forma como estão”, finalizou o secretário.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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