Proposta de ensino à distância em Cabo Frio não agrada pais e responsáveis pelos alunos. Atividades escolares iniciam na próxima terça-feira (8)
Depois de cinco meses sem aulas, os trâmites para o retorno das atividades escolares da rede municipal de Cabo Frio causam divergências. Professores e pais de alunos demonstram insatisfação com a logística proposta.
A implementação do ensino à distância está prevista para iniciar a partir da próxima terça-feira (8), e serão aplicados conteúdos, disponibilizados em uma Plataforma Educacional on-line. O motivo do questionamento seria a falta de interação dos professores com os alunos.
O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe Lagos), se manifestou contra a decisão da Seme. Uma postagem no blog oficial do sindicato expõe as dificuldades que os estudantes e as famílias poderão enfrentar.
“A proposta da Seme é ensinar sem professores e através de apostilas que podem ser obtidas via site ou material impresso distribuído na escola. O Governo Adriano expõe os responsáveis de alunos ao Covid-19, uma vez que terão que ir à escola para entregar as atividades feitas. Não há uma plataforma interativa para os alunos. Mesmo os que acessem o site, terão que se expor ao vírus indo às unidades escolares. Engana a população pois, sem professores, as tarefas não serão corrigidas”.
De acordo com o Sepe Lagos, secretário de Educação, Ian Carvalho, esteve presente em duas sessões do Conselho Municipal de Educação (CME) para explicar como será viabilizado o projeto, e relatou que para realizar as tais atividades remotas, será proposta proposta a junção de escolas já que mais da metade dos professores eram contratados e foram demitidos.
Seguindo a orientação, os professores iriam atender às turmas que não são deles e comprar chip de operadoras de celular se não quiserem utilizar os números pessoais na interação com os alunos e suas famílias.
Viviane Veríssimo é mãe de duas alunas do ensino público, e expõe a insatisfação com as atividades à distância da rede.
“Acho uma total falta de respeito a demora em acharem uma solução paliativa para esses cinco meses sem nada para nossos filhos. Não há como comparar o ensino remoto particular e o público. Acho falta de respeito com os profissionais e com os pais”.
A Prensa entrou em contato com a Seme, que em nota, informou que a elaboração dos conteúdos para a plataforma acontecerá por equipes. A pasta afirma que todas as etapas obedecem à carga horária dos profissionais, e que devido à excepcionalidade do cenário atual da pandemia de coronavírus e para melhor atender aos alunos, todos os servidores da secretaria poderão exercer suas funções de formas diferenciadas para melhor prestação de serviço aos estudantes rede municipal.
As aulas presenciais e atividades escolares estão suspensas no município desde o dia 17 de março.