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Cidades

Mico-Leão-Dourado e BR-101 ganham 1º viaduto vegetado do Brasil

Marcando o dia do Mico Leão Dourado, foi dado o primeiro passo para conectar os micos-leões-dourados que vivem na Reserva Biológica de Poço das Antas com outros remanescentes da espécie que habitam a faixa de Mata Atlântica do Rio de Janeiro. A ação significativa, que aconteceu no domingo (2), foi a a inauguração de primeiro viaduto vegetado sobre a BR-101, no trecho entre Silva Jardim e Casimiro de Abreu. Esse é o primeiro dos dois viadutos previstos para o local, como contrapartida para a duplicação da via.

O mico-leão-dourado poderá usar o viaduto vegetado daqui a alguns anos, quando a vegetação crescer dando mais segurança aos micos. Foto: Divulgação Arteris Fluminense

Segundo o presidente do conselho da organização não governamental Associação Mico-Leão-Dourado e professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Carlos Ramon Ruiz, com a duplicação da BR-101, feita recentemente pela concessionária que administra a via, a Reserva de Poço das Antas ficou completamente isolada do restante da Mata Atlântica.

A obra, com orçamento de R$ 9 milhões, começou em 2018 no km 218 da BR-101, em Silva Jardim, no interior do Rio de Janeiro, e foi concluída na última segunda-feira (27) pela Arteris Fluminense, concessionária que administra a rodovia.

As passagens subterrâneas, que existem sob a rodovia, não funcionam para o trânsito de micos-leões.

Com isso, a população de micos-leões da reserva perdeu a possibilidade de se comunicar e se misturar com outros animais da mesma espécie que vivem do outro lado da rodovia. O resultado é a pouca variabilidade genética da população futura.

Primeiro viaduto vegetado do Brasil foi inaugurado na BR-101, em Silva Jardim, no RJ.
Foto: Andréia Martins/Divulgação AMLD e Divulgação/Arteris Fluminense

“Se ficarem isolados, será difícil manter essa população viável eternamente. Teríamos que ficar fazendo manejos, tirando e colocando animais [de outras localidades] dentro da reserva”, explica Ruiz.

A prova de que uma população isolada e sem diversidade genética tem problemas para se manter viável em longo prazo foi um surto de febre amarela, ocorrido em 2016 no estado do Rio. Com a doença, a população de micos de Poço das Antas foi dizimada, passando de 300 indivíduos, para cerca de 30 a 40, de acordo com Ruiz. Para repovoar o local, foi necessário trazer animais de outros locais, depois do surto.

Segundo o pesquisador, os micos devem demorar alguns anos até começar a usar o viaduto. “Se esse plantio funcionar bem, em quatro anos deve ter vegetação suficientemente alta e contínua para os micos e outros animais atravessarem o viaduto”.

Há ainda outra questão a ser resolvida. Entre o viaduto e a reserva, há uma faixa de cerca de 25 metros, por onde passam gasodutos da Petrobras. Já há conversas com a estatal sobre como ligar o viaduto à área florestada da reserva e uma das ideias é plantar árvores em ambas as margens da faixa de gasodutos e conectar as copas dessas plantas com pontes de cordas e madeira.

O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é uma espécie endêmica da bacia do Rio São João, no interior do estado do Rio de Janeiro, e, ameaçado de extinção, se tornou um símbolo da luta pela preservação da Mata Atlântica.

Criada em 1974, Poço das Antas foi a primeira reserva biológica do país com o objetivo de preservar a Mata Atlântica e proteger espécies como o mico-leão e a preguiça-de-coleira.

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