O mês faz parte da agenda ativista para comemorar e realizar eventos e debates pautados nas lutas da comunidade
Durante todo mês de junho a comunidade LGBTQIA+ celebra e realiza projetos pautados nas lutas do grupo que precisam de destaque. Junho é o mês escolhido, pois, em 1969 aconteceu a rebelião de Stonewall. Foi o marco do movimento, na década de 1960, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, era ilegal relações entre pessoas do mesmo sexo, além de outros comportamentos serem proibidos como andar de mãos dadas, dançar e beijar.
Uma pesquisa baseada nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostra que a cada uma hora um LGBTQIA+ é agredido no país. Os números foram analisados entre 2015 e 2017, com 24.564 notificações de violências registradas, o que resulta em 22 notificações por dia.
Dessas agressões a população negra é a mais atingida. Os adolescentes são os mais atingidos, sendo 57% dos casos, os casos de agressão da faixa etária de 10 a 14 anos são jovens pretos ou pardos. Em todas as faixas etárias os casos de violência física foram as mais frequentes com 75% e em 66% dos casos a violência parte do sexo masculino.
Dentre as maiores vítimas das agressões estão as transsexuais e lésbicas, os dados apresentados pela Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (ANTRA), mostra que o país é um dos países mata travestis e transsexuais no mundo. Das vítimas 46% eram transsexuais e travestis. As pessoas homossexuais são 57%, 32% são lésbicas e 25% gays.
A Parada LGBTQIA+ de São Paulo este ano teve como tema “HIV/Aids: Ame + Cuide + Viva +”, um alerta para a sociedade para combater os estigmas e preconceitos que cercam o vírus. A Parada pelo segundo ano consecutivo acorreu por meio virtual com diversas atrações e informações.
Por que junho?
Em 28 de junho de 1969 a polícia da cidade tinha um mandado para fazer a inspeção do Stonewall Inn, um bar tradicional que após uma reforma foi aberto para a comunidade. Apesar de nas inspeções os donos do local serem avisados, desta vez não aconteceu, assim, foram presas 13 pessoas sendo alguns funcionários do local. Além de drags e transexuais que estavam no local. O nome mais conhecido desta revolta é a Marsha P. Johnson, que iniciou o protesto naquela noite.
A Revolta de Stonewall se tornou símbolo, pouco tempo depois foi fundada a Frente de Libertação Gay dos Estados Unidos. Atualmente há inúmeros grupos que defendem as pautas da comunidade, usando o mês de junho para intensificar.
Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Débora Evelin