Sábado passado eu e minha amada Regina, pegamos um ônibus, chamado de BRT, um ônibus longo articulado que tem uma pista exclusiva para ele e o passageiro para entrar tem de pagar na estação, não tem cobradores nem motorista recebendo dinheiro nem ticktes dentro do ônibus.
O ônibus ia do Metro da Barra para o Carrefour
O tal do BRT estava meio cheio com cerca de 60 pessoas, nele cabem mais de 200 pessoas sentadas, e nós estávamos na antipenúltima fila do veículo. Reparei que na ultima fila estavam uma mãe e seus dois filhos de cerca de quatro anos de idade.
Onde mora o perigo
A mãe jovem de uns 30 anos e seus filhos me chamaram atenção pois ficaram na ultima fila do ônibus, e por causa do dia e da hora ela estava junto com os filhos meio afastada das pessoas, sendo o mais próximo eu e Regina. Quando estava pensando que o lugar onde eles estavam era perigoso, chega um homem muito mal trajado, de uns 34 anos de idade e ele foi direto para o fim do ônibus e sentou-se ao lado de uma das crianças. O cara me chamou atenção pelo mal cheiro dele.
Passado uns dois minutos ou menos olho para trás e vejo o tal fedorento, em pé, em frente a mãe e de costas para o ônibus, ele apertado entre o banco e a mulher.
O que fazer: ficar como a maioria e fingir que esta tudo bem?
Vi que algo estava acontecendo e levantei fui até onde o cara estava e colei nele, ele tomou um susto, e disse: Doutor? No mesmo momento vi que bolsa da senhora estava aberta e ela chorando pegava a carteira. Perguntei a ela: ele pegou alguma coisa da sua bolsa, ele esta te assaltando? ela respondeu chorando: ele quer todo o meu dinheiro e eu estou dizendo a ele que pode levar tudo apenas não faça mal a mim e meus filhos. Disse a ela que ele não faria mal aos filhos dela e não levaria nada.
Falei para o cara: o que você quer: se mandar ou que eu chame os outros passageiros e te linchem aqui dentro. Ele não respondeu e se mandou do ônibus com tal agilidade que você acha que não existe na vida.
Muitos passageiros que viram e não fizeram nada disseram que eu era maluco de ter feito aquilo. O cara não tinha arma alguma, apenas usou do medo que domina o carioca. Nesta hora a mulher e os filhos chorando me fizeram pensar: “Melhor morrer reagindo do que viver nesta escuridão de ter medo de tudo e de todos”.