Um médico da Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) de Cabo Frio foi exonerado do cargo após pacientes registrarem flagrantes do profissional da saúde debochando e até cobrando dinheiro para continuar prestando o atendimento dentro da unidade. Um dos vídeos que circula nas redes sociais mostra o momento em que o médico chama o paciente de “burro”.
Nas imagens, ele explica ao paciente que só atende os casos mais complexos porque tem muito tempo de formado e ironiza. “Você é burro e não entende, por isso que você tá usando camisa do Flamengo, inclusive”. No fim do atendimento, o médico chega a dizer que o preço das próximas consultas é de R$ 50 para todo o mês. “50 reais é a consulta pro mês todo. É só um preço simbólico pra esse cara não encher o meu saco, o diretor do hospital”, falou.
O paciente, Jonathan Gonçaves Mendes, disse ao G1 que foi atendido pelo médico na madrugada de quinta-feira (7). Ele afirma que ouviu várias reclamações de outros pacientes e também decidiu gravar a consulta pelo celular. Jonathan afirma que o médico estava transtornado e registrou as imagens. Ainda segundo ele, o médico receitou morfina e, logo depois, pediu para ele tomar um relaxante muscular.
Também ao G1, uma outra paciente, que preferiu não se identificar, também esteve na unidade na quinta e relatou que chegou com dor de dente. A mulher afirma que foi atendida pelo médico e, segundo ela, o homem “parecia não estar sóbrio”. Ela informou que primeiramente ele indicou que a paciente tomasse morfina, um anti-inflamatório usado para dores agudas, muito comum em pacientes que fazem tratamento para alguns tipos de câncer.
A paciente ficou assustada e revela que poderia ter morrido. A mulher contou ainda que os funcionários da farmácia disseram que ela não era a primeira paciente a receber uma receita “estranha” vinda da UPA naquele dia.
A Prefeitura de Cabo Frio informou que, após analisar as imagens, o secretário de Saúde, Marcio Mureb, decidiu demitir o médico. A comissão de ética da UPA vai encaminhar o relatório ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). A nota da Prefeitura disse ainda que, até o momento, a Secretaria de Saúde não havia recebido nenhuma denúncia formal sobre o médico.
(*) Com informações do G1