Às vésperas de sediar o 3º Congresso Brasileiro de Hidrogênio, a partir do próximo dia 29, o município de Maricá avança no desenvolvimento de uma tecnologia não poluente para equipar seus ônibus urbanos. A meta é ousada: acabar com a emissão de carbono, agente provocador do efeito estufa, em toda a frota municipal nos próximos 15 anos. Para isso, segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Igor Sardinha, já foram investidos cerca de R$ 12 milhões na tecnologia para coletivos movidos com a chamada “energia limpa”.
O montante foi investido na produção de três protótipos em parceria com a Coppe/UFRJ, um deles movido a eletricidade e etanol, outro 100% elétrico e o terceiro, impulsionado por eletricidade e hidrogênio. A partir do desenvolvimento da tecnologia, a ideia é que, após o período de testes, paulatinamente, os ônibus sustentáveis passem a transportar passageiros no município. Atualmente, a Empresa Pública de Transporte (EPT) opera 40 linhas, com mais de 120 coletivos. A estatal municipal seria a principal cliente para a aquisição dos “ônibus verdes”.
Diante do trabalho realizado, o secretário afirma que Maricá não foi escolhido por acaso para sediar o encontro nacional sobre Hidrogênio.
“No momento em que no país a gente viveu um movimento de esvaziamento das universidades, da ciência, da pesquisa e da inovação, Maricá investiu algo em torno de R$ 12 milhões para o desenvolvimento de três protótipos de ônibus não poluentes, o que para a ciência nacional é fantástico. A gente investiu em pesquisa, e daqui a um ano a gente acredita que já finalize esse processo e tenha um ônibus desenvolvido, patenteado, podendo ser produzido e ganhando escala. E dentro da nossa estratégia de desenvolvimento, a partir do investimento em pesquisa e inovação, a etapa posterior é a industrialização”, prevê o secretário.
Curiosamente, a preocupação em desenvolver um sistema de transporte baseado em uma nova matriz energética vem do município recordista de arrecadação com royalties no ano passado. Em 2022, Maricá receber algo em torno de R$ 2,5 bilhões em recursos provenientes da exploração de campos de petróleo.
Para o secretário Igor Sardinha, o Congresso Brasileiro de Hidrogênio é aguardado com expectativa para encaminhar um futuro que não dependa dos combustíveis fósseis.
“Nesse Congresso, a gente vai ter algumas assinaturas importantes, alguns parceiros privados importantes que vão estar assinado memorandos com a gente, demonstrando que aqui estamos no caminho certo para conseguir produzir em Maricá um ciclo pós-petróleo, de uma economia sustentável, verde, com empregos de qualidade e fazendo que Maricá seja mais uma vez exemplo para o país”, vislumbra Sardinha.
Congresso – O município de Maricá vai sediar, entre os dias 29 e 31 de maio, 3º Congresso Brasileiro do Hidrogênio. O evento irá debater as principais questões relacionadas sobre produção, condicionamento, armazenamento, transporte, normalização, regulação, desenvolvimento de infraestrutura e usos do hidrogênio.
Com o tema “Transição Energética, Descarbonização e Reindustrialização com o uso do Hidrogênio”, as palestras acontecerão de forma híbrida e contará com a participação de representantes da indústria interessados em promover todos os pontos da cadeia de valor do hidrogênio, em especial a sua comercialização e uso. Os interessados podem se inscrever pelo site oficial.