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“Maricá está sempre de portas abertas” – Igor Sardinha

Igor Sardinha é conhecido na região pelo seu trabalho em políticas públicas de desenvolvimento econômico que buscam justiça social | Foto: Reprodução/Redes sociais

À Pólis Fluminense, no podcast Papo de Política, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá falou sobre o município ter se tornado modelo de gestão econômico-social para o restante do estado, além da política em Macaé, sua cidade natal, e seu apoio à candidatura de Quaquá para deputado federal e André Ceciliano para senador. A Pólis Fluminense é um site de notícias políticas do Grupo Prensa de Babel

Entrevista original em áudio no Papo de Política e transcrita por Natalia Nabuco

Dando continuidade a parceria da Prensa e o Pólis Fluminense, o entrevistado da semana no Papo de Política é Igor Sardinha, macaense, tem 40 anos de idade, advogado, pós-graduado em gestão de políticas públicas, e por duas legislaturas foi vereador do município de Macaé. Pela atuação foi por duas vezes escolhido como vereador destaque no país pela União dos Vereadores do Brasil. Também por duas vezes foi candidato a prefeito da cidade e, desde 2017, está como secretário de Desenvolvimento Econômico de Maricá, no estado do Rio de Janeiro. Neste município, que entrou no cenário nacional como exemplo de investimento econômico sem descuido social, Igor colabora para que Maricá se torne a ponta de lança da retomada do PT no estado. Ele também é dirigente estadual do partido no Rio de Janeiro.

Pólis Fluminense: Este é um ano político com índice de aprovação muito grande em torno de Lula como presidente, e o  PT fluminense está em grande movimento para retomar sua força no estado, isto é evidente. Mas no Rio parece que, além de Lula, o governo Maricá está sendo o principal garoto propaganda. Acredita que é o resultado dos programas sociais implementados no município? O presidente do PT, que conversou com o Papo de Política, acredita que sim. E você?

Igor Sardinha: Victor, antes de mais nada, queria agradecer a você e todos os amigos da Prensa pela oportunidade de estarmos conversando. Queria dizer que eu concordo, eu acredito! Maricá se transformou, e digo para você, não só no Estado, mas no Brasil, e, sem medo de errar, internacionalmente. Eu digo isso na frente dos mais variados órgãos de imprensa, universidades que venham aqui conhecer um pouco mais e aprofundar os estudos através do que Maricá vem fazendo. Que Maricá se torne um exemplo, no que diz respeito a políticas públicas, e, se há uma característica que guarda uma relação com todas essas políticas públicas é a questão do combate à desigualdade, a pobreza, a busca pela justiça social, e fazendo com que essa busca seja um instrumento de desenvolvimento social. Até porque você pode construir crescimento econômico, mas desenvolvimento econômico você só consegue fazendo com que a justiça social aconteça. Acredito que Maricá, dentro desse contexto, consegue ser protagonista dentro desse cenário eleitoral. Tudo isso se reflete dentro das políticas que vem desempenhando.

Pólis: Você quando assumiu a pasta no governo de Fabiano Horta, já encontrou bons programas que foram desenvolvidos na gestão do Quaquá. O que você encontrou que deu continuidade ou ampliou, e o que pode ser indicado como desenvolvimento do seu trabalho como secretário?

Igor: Olha Victor, você está certo. Eu cheguei para desenvolver um trabalho como secretário de Desenvolvimento, em outubro de 2017. E a gente já tinha dez meses do primeiro mandato do prefeito Fabiano, mas a cidade já tinha vivido dois anos de administração do Partido dos Trabalhadores sobre a batuta do ex-prefeito Washington Quaquá. Iniciamos um trabalho com uma gama fantástica de ações inovadoras da parte social e econômica, com destaque a moeda social Mumbuca, que ao mesmo tempo consegue combater a miséria e a pobreza, a desigualdade e, também, consegue fazer com que o setor do comércio e de serviços recebam uma demanda adicional, com a consequência de vender mais e empregar mais. Quando chegamos, encontramos esse cenário e nosso papel aqui é estabelecer diversas outras políticas que viessem a potencializar o que já existia e fazer com que a cidade continuasse avançando nessa linha de justiça social e desenvolvimento. Então podemos destacar algumas iniciativas como o programa “Fomenta Maricá”, que faz com que o município possa ofertar crédito facilitado para MEI, para Micro e pequenos empresários. Conseguimos logo no primeiro ano esse programa e colocamos mais de 16 milhões de crédito para pequenos empresários da cidade. Isso é fantástico, um número muito forte! Quando falamos de crédito facilitado, estamos falando de um ano de carência ou três anos para pagar, a juros zero. O que dá força, principalmente num momento de crise econômica no país, para esse empresário empreender, não fechar as portas, ampliar suas atividades, se for o caso. Nós fizemos um programa de qualificação do empreendedor local, o maior do estado do Rio, em parceria entre Sebrae, e outros inúmeros cursos que preparam o empreendedor para obter sucesso. O empreendedor para obter sucesso não é num passe de mágica, ele precisa do consumir, do dinheiro para comprar ou contratar o produto, e temos a moeda Mumbuca, que é como instrumento para a economia girar. Ele precisa de crédito para ter capital de giro e, também, precisa da qualificação para obter melhores resultados. A parceria com o curso oferece gratuitamente uma gama vasta de cursos para preparar o empreendedor local. Na pandemia usamos a rede de proteção social que já existe para fazer o que foi referência no Brasil e no mundo. A gente criou o “Programa de Amparo ao Trabalhador” , que passou a pagar desde o início da pandemia um salário-mínimo em moeda Mumbuca para 20 mil trabalhadores autônomos informais totalmente desprotegidos e em situação de precarização. Uma situação que já vem acontecendo na nossa economia e que o cenário aprofundou com a pandemia, e nós combatemos isso com um programa muito forte. Criamos o “Programa de Amparo ao Emprego”, durante a pandemia, que foi uma proteção ao emprego formal e de carteira assinada já existente no município. Pagamos um salário-mínimo para o empresário que cadastrou o seu negócio para que ele não mandasse embora o trabalhador que foi contratado. Nós subsidiamos a folha de pagamento do empresário local, e agora estamos em via de lançar inúmeras iniciativas. Uma delas é fazer com que o dinheiro do Mumbuca circule mais dentro do comércio do pequeno empresário e combata que o  consumo se concentre nas grandes redes de comércio. E vamos dar um estímulo para que o dinheiro seja gasto nos pequenos comércios também. Vamos estabelecer uma política de cashback, aquele que não for beneficiário da renda básica de cidadania, o morador que quer usar a Moeda Social nas compras e contrações vai ter um estímulo para isso. Um cashback ao utilizar esse instrumento. Nós dividimos nosso trabalho nas medidas que precisam ser feitas, para dar um respiro e condições nas questões emergenciais e nas medidas de futuro como os pós royalties. Nós estamos trabalhando muito forte para aproveitar o potencial de petróleo e gás do município, trabalhando para consolidar o porto para a consolidação do Parque Industrial, temos muita coisa sendo feita. Fizemos agora a assinatura de uma encomenda junto a UFRJ e COP, no qual, juntos vamos fazer com a Universidade a criação de dois ônibus não poluentes, um movido a eletricidade e etanol e outro com eletricidade hidrogênio. E quando estiver pronto esses transportes, vamos comprar a inserir na frota. Tudo isso está acontecendo no município. E ao mesmo tempo que fazemos com essa população que já vive na cidade, que mais gera emprego no estado do Rio, que não deixou de gerar empregos na pandemia, preparamos a cidade para um futuro, para que a economia continue forte e gerando oportunidade.

Pólis: A sua capacidade técnica se mostrou nesses anos à frente da secretaria de Maricá, mas você já foi vereador duas vezes e candidato a prefeito de Macaé. Muito se falou e esperou que você lançasse a candidatura como deputado este ano, o que mudou e por quê?

Igor: Na realidade cada eleição é um momento, e eu acredito que nesse momento agora é muito importante o que estamos vivendo em Maricá. E que nós temos uma missão importante nas consolidações das políticas que já ajudamos a executar na criação de transformação de algumas outras que estamos trabalhando. Nessa eleição o meu papel como dirigente do diretório estadual do PT é como agente político, tenho meu trabalho em Maricá, mas tenho toda minha vida política eleitoral em Macaé. Mas nosso papel é organizar as bases, movimentar e articular em nome das nossas lideranças partidárias que vão para o pleito, a eleição do presidente Lula, aumentar nossa presença no Congresso Federal, Assembleia Legislativa, discutir a representação nossa no Senado, mas sem colocar nosso nome. Acredito que, neste momento, o meu dever é cumprir o fortalecimento em Maricá dessas políticas inovadores e de vanguarda, esse é nosso papel este ano.

Pólis: Isso me leva a próxima pergunta, na sua cidade de origem que é Macaé, você está acompanhando a movimentação local para os nomes dentro desse pleito? Temos nomes dentro e fora do PT que representam o setor progressista na cidade de Macaé?

Igor: Sem sombra de dúvidas, nós como atores políticos, dirigentes, nós acompanhamos de perto. Eu tenho aqui um papel como coordenador das candidaturas, principalmente na região, como por exemplo a candidatura do Quaquá como deputado federal, a deputada Zeidan como estadual. Eu tenho a absoluta certeza de que reúnem uma capacidade de fazer um trabalho belíssimo nos parlamentos, e devido a minha interlocução muito forte com eles, inclusive para nossa região. Mas aqui temos nomes importantes, o vereador Marcel, que está vindo como pré-candidato a deputado estadual, o Zé Maria Rangel (de Campos) que está vindo como pré-candidato a deputado federal, que são nomes da região muito importantes, com serviços tanto na esfera política eleitoral como na militância social. Acredito que estamos bem servidos, os eleitores progressistas estão bem servidos. Vamos fazer com muito afinco essa disputa nas ruas.

Pólis: Levando em conta sua história no Partido dos Trabalhadores, eu queria te perguntar primeiro se o interior do Rio está com Lula, no seu entendimento, e se o apoio a candidatura do Marcelo Freixo para governador e Ciciliano para o Senado foi uma candidatura acertada do partido?

Igor: A realidade é que para grande parte da população a eleição não chegou, o eleitorado estar com Lula ou não ou com Bolsonaro ou não, acredito que seria muita petulância ou arriscado classificar. O que é perceptível é que no Rio de Janeiro precisamos ter um cuidado maior e dedicação adicional pelo fato de ter no estado o berço do bolsonarismo, aqui nasce e tem as raízes do bolsonarismo. É por isso tem que ter uma maior dedicação, mas acredito que cada vez mais vai ficar claro que precisamos reverter esse caminho que tá levando cada vez mais o país para o abismo. É um retrocesso em todas as áreas, onde uma pobreza crescente e uma miséria absoluta mais da metade da população convivendo com algum tipo de restrição alimentar, sendo que 10% da população está com restrição severa. É um caos! E as pessoas, para além da dificuldade que tem de acreditar em propostas, a gente consegue quando levamos o nome do presidente Lula. Nós não falamos só de ideia, falamos também de uma lembrança concreta de um momento vivido na época em que o presidente governou o país e conseguimos sair do mapa da fome, batemos o recorde em gerar empregos e fazer com que as pessoas vivessem melhor e tivessem esperança. Então isso facilita muito, acredito que a eleição é o objetivo número um e isso tem que se reverberar para todas as eleições estaduais. Acredito que o PT caminha com Marcelo Freixo e foi confirmado pelo Lula. O que, para mim, é motivo de orgulho fazer uma campanha para um candidato com essa bagagem de luta pelos direitos humanos, pelos oprimidos, acredito que é um movimento acertado. E seguindo nessa campanha e na certeza que temos a eleição do presidente Lula como objetivo, e, para além da nossa candidatura com o deputado Marcelo Freixo, a gente dialoga com outras frentes políticas do estado do Rio, que também desejam discutir um apoio que seja para primeiro turno ou segundo turno. Para além da nossa candidatura construir um grande arco de alianças contra o bolsonarismo e pela vitória do presidente Lula. Complementando o presidente da ALERJ, o André Ceciliano, é um dos quadros mais preparados e completos no partido. Estou falando no país para além do estado do Rio. O André reúne uma capacidade de articulação política, ele é um democrata no sentido mais abrangente da palavra. Uma pessoa que consegue ao mesmo tempo que carrega na firmeza na luta pelos seus ideais ele tem a capacidade de dialogar com todas as outras frente políticas das mais diversas. Não é por acaso que exerce o comando e a presidência da assembleia legislativa de maneira tão sóbria e tranquila, mesmo diante desse momento de muita raiva nos debates ele consegue ser a paz e a calmaria no comando. Para além disso, ele é um estudioso, ele estuda o Rio de Janeiro, as questões econômicas, a questão de segurança pública, ele é um quadro que tem muito a contribuir com o Rio no cenário federal. E muito nos motiva ir pra rua e pedir votos.

Pólis: Minha última pergunta, os prefeitos e prefeitas estão indo a Maricá ver de perto os programas sociais e iniciativas. As portas estão sempre abertas independente de orientação política ou ideológica pra quem quiser conhecer agora nesse momento que Maricá tem feito?

Igor: As portas de Maricá estão sempre abertas. A única coisa que acontece é que é muito claro, não estou falando de eleição, é muito claro que nossas políticas dialogam com princípios e bandeiras dos setores progressistas e de esquerda. Então está aberta para quem quiser conhecer e replicar, mas acaba que quem é de direita de uma visão crítica do que a cidade está fazendo e acaba não se aproximando, porque acha que esse caminho, apesar dos números e fatos mostrem ao contrário, mas acaba que a visão ideológica da pessoa, do partido, acaba entendendo diferente. Apesar de que as portas estão abertas, mas acaba que quem se aproxima é por já carregar muito tempo as ideias progressistas e de esquerda ou está percebendo e se despertando para este caminho. Mas está aberto a todos, acredito que o importante do nosso papel enquanto ator político e agente público. O prefeito Fabiano Horta, é uma das grandes novidades no estado e na política. É um camarada extremamente sensível às causas dos mais pobres, ele se indigna diante de qualquer injustiça, ele fica inquieto diante de uma injustiça social. Ele nunca ia chegar e se furtar de abrir a porta para qualquer outro ator político, independentemente de partido, para chegar e apresentar seus programas. Então está aberto a todos.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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