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Maricá: de cidade pacata para o centro das atenções no Estado do Rio

Pontos e contrapontos que podem colocar o município da Região Metropolitana como exemplo para as cidades do interior fluminense como Cabo Frio e Macaé

A cidade demonstrou demonstrou ter uma utilização do fluxo dos royalties do petróleo muito responsável e tem sobressaído em relação aos outros municípios do Estado

No passado, a economia de Maricá era baseada na agricultura e na atividade pesqueira. Esta última, em função do seu rico complexo lagunar, dava a cidade o título de maior produtora de pescados do estado do Rio de Janeiro, tendo a sua produção direcionada à capital estadual. Mas nos últimos anos, Maricá deixou de ser a cidade pacata da Região Metropolitana e entrou para a lista de municípios com grande relevância econômica dentro do Estado devido a descoberta de campos produtores na área do pré-sal. De janeiro a abril deste ano foram mais de R$ 200 milhões proveniente dos royalties do petróleo, e a cidade desbancou grandes municípios como Macaé, na Região Norte, e Cabo Frio, na Região dos Lagos.

O que também chama atenção é o crescimento populacional do município, o que a permite coloca-lo como exemplo a ser seguido por outras cidades fluminenses, em especial as duas cidades do interior aqui citadas. A pujança financeira tem sido aplicada em diversos programas econômicos e sociais que, pelos benefícios diretos e indiretos aos munícipes, gerou a migração de novos moradores vindos das cidades vizinhas. Maricá foi o quarto município que mais cresceu no Estado, segundo o Instituto Brasileiro Geral de Estatística (IBGE). A pesquisa divulgada em agosto de 2019 mostrou que a população, que em 2010 era de 127.461 habitantes, saltou para 161.207 em 2019. Não tão distante de Macaé, com 256.672, de acordo com o último censo, mas onde tem se observado o fenômeno de retorno dos migrantes a suas terras natal por conta das crises econômicas que ao longo dos anos levou a ainda conhecida como “Capital do Petróleo” a altos índices de desemprego.

Maricá ganhou os noticiários nacionais e internacionais pelas medidas sociais de alto impacto aplicadas no municípios e que ganharam visibilidade por terem sido decisivas para o enfrentamento à crise econômica e social gerada pela pandemia de Covid-19. A maior parte das medidas foram possíveis devido a implantação de uma medida simples e responsável iniciada em 2018: a criação de um Fundo Soberano. Espécie de poupança para onde é repassada 5% do que é arrecadado pelo município de royalties, como também parte dos recursos próprios vindos da cobrança de tributos como o IPTU.

Entre as medidas, realizadas graças a esse fundo, Maricá também tem garantido a manutenção dos empregos durante a necessidade do isolamento social, enquanto em outras cidades a situação dos trabalhadores já beira o desespero. Cabo Frio, com 219.863 habitantes, por exemplo, que já passava por apuros nessa área, só no primeiro semestre de 2019 já havia perdido 605 vagas de emprego com carteira assinada (cerca de 100 postos de trabalho por mês), não implantou nenhuma medida de auxilio econômico, apenas a distribuição de cestas básicas. Macaé, por sua vez, liberou um auxílio-financeiro de R$ 800 para trabalhadores formais e informais, que tiveram que fechar as portas por causa da doença causada pelo novo coronavírus, mas ficou muito aquém do esperado. Empresários do município expuseram que, por não amenizar os gastos com funcionalismo, a medida não garante a manutenção dos empregos. É preciso destacar que nem Macaé e nem Cabo Frio, que, junto com Campos e e Quissamã, já lideraram a arrecadação de royalties no passado, dispõem de um fundo soberano.

Além de número crescente de habitantes, Maricá recebe um impacto ainda maior devido ao fato de que, pelos motivos já expostos, o município se tornou área central de postos de trabalhos de moradores de cidades vizinhas como São Gonçalo, Saquarema e Itaboraí. Maricá se destaca com o título do quarto lugar no ranking do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), no Ministério do Trabalho, em 2019, e também ocupa a segunda maior evolução de empregos formais em todo Estado.

A absorção dos problemas econômicos sociais da região é tão intenso que justifica o repasse de recursos do município para construção de um hospital de campanha com 200 leitos, em parceria com Niterói, em São Gonçalo a fim de mitigar o impacto do atendimento de moradores do município vizinho no sistema de saúde da cidade. São Gonçalo, a segunda cidade mais populosa do estado, na Região Metropolitana, é gigante em território e população (1,2 milhão de habitantes), mas está entre as mais pobres do Rio do Janeiro, e com um sistema de saúde precário.

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