Representantes da cidade de Maricá participaram nesta sexta-feira (15) do G-20 Social, que acontece pela primeira vez no Rio de Janeiro. Durante o painel “Reconhecimento Internacional da Economia Social e Solidária: alavanca chave para a criação de trabalho digno baseado nas realidades e comunidades locais”, a cidade apresentou sua experiência com a moeda social Mumbuca. O encontro reuniu líderes e especialistas globais para debater temas como combate à fome, desigualdade e mudanças climáticas, além de políticas de sustentabilidade e governança.
Manuela Mello, presidente do Banco Mumbuca, e Matheus Gaúcho, representando o vice-prefeito Diego Zeidan, destacaram o papel do programa Renda Básica de Cidadania (RBC) na transformação social de Maricá. O RBC utiliza a moeda Mumbuca para garantir condições mínimas de sobrevivência aos moradores, promovendo inclusão financeira e combate à pobreza.
Modelo de inclusão social reconhecido globalmente
A Mumbuca foi destacada como uma das maiores iniciativas de transferência de renda no Brasil. Além de assegurar dignidade e qualidade de vida às famílias em situação de vulnerabilidade, a moeda fortalece a economia local ao circular exclusivamente no comércio do município. Durante o painel, a experiência de Maricá foi elogiada por figuras como Aude Saldana, presidente do Fórum Global de Economia Social e Solidária (GSEF), e Leandro Morais, da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Manuela Mello ressaltou que o programa não só melhora a condição de vida dos beneficiários, mas também inspira outros municípios e países interessados em políticas de economia solidária. “A Mumbuca é um exemplo de como a economia local pode ser fortalecida enquanto promove dignidade e inclusão para as populações mais vulneráveis”, afirmou.
G-20 Social amplia vozes e debate políticas globais
O G-20 Social, realizado entre os dias 14 e 16 de novembro, promove a integração de atores não-governamentais nos processos decisórios do G-20. Com mais de 200 atividades autogestionadas, o evento inclui debates sobre economia solidária, governança global e transição energética justa. Os encontros acontecem em diversos espaços, como o Museu do Amanhã e os Armazéns 2, 3 e Utopia, no Rio de Janeiro.
Além das atividades conduzidas pelos 13 grupos de engajamento, o evento também integra pela primeira vez trilhas políticas e financeiras do G-20. Entre os grupos de destaque estão o U20 (cidades), W20 (mulheres) e Startup20 (startups), que buscam ampliar a representatividade e criar soluções inovadoras para os desafios globais.