O herdeiro do grupo Odebrecht e outros três executivos da empresa foram considerados culpados por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa para obter contratos que somam mais de R$ 12 bilhões, segundo o Ministério Público. Além disso, a estimativa dos investigadores é que as propinas pagas aos ex-diretores da Petrobras e a PT, PP e PMDB chegavam a 3% dos contratos.
A partir de agora, o ex-presidente executivo da empresa cumprirá o restante da pena de 19 anos e 4 meses em casa, no bairro luxuoso do Morumbi, em São Paulo. Apesar da sensação de que um dos maiores corruptos do Brasil ficou pouco tempo preso, o jurista Ives Gandra Martins explica que Marcelo Odebrecht negociou alguns benefícios na delação, como a prisão domiciliar.
Presente no Brasil e em mais 24 países, a Odebrecht S.A. atua nos setores de engenharia, construção, indústria, imobiliário e no desenvolvimento e operação de projetos de infraestrutura e energia. De acordo com o balanço divulgado no site da empresa, o faturamento anual em 2016 não ultrapassou os R$ 90 milhões.
Para o especialista em gestão empresarial Marcos Melo, é possível que o negócio se reestabeleça, mas ele confirma que os escândalos de corrupção sempre serão uma mancha perante o mercado. “Isso faz com que a empresa propriamente perca oportunidades de negócio e assim, inclusive, diminua o seu valor de mercado. Realmente é um impacto bastante negativo para a Odebrecht. O que ocorreu, na verdade, não foram decisões erradas tomadas pelo corpo de funcionários da empresa, da Odebrecht, foi por um grupo de executivos que estava liderando a empresa em determinado momento”, analisou.
Em 19 de junho de 2015, Marcelo Odebrecht foi preso em casa pela Polícia Federal. O mandado de prisão preventiva foi expedido pelo juiz Sergio Moro. Na data de 8 de março de 2016, o empresário foi condenado pelo magistrado a 19 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em dezembro de 2016, fecha acordo de delação premiada. No mesmo dia, a Odebrecht assinou acordo de leniência e aceitou pagar uma multa de US$ 2,5 bilhões
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