As eleições de 2018 estão se tornando cada vez mais confusas e agitadas; nessa última quinta-feira (20), o vereador Vagner Azevedo (PPS) propôs conceder o título de cidadão cabofriense ao Flavio Bolsonaro, candidato a senador pelo PSL, e filho do candidato a presidente Jair Bolsonaro. Com essa possibilidade, manifestantes do PSOL e do movimento LGBT (Grupo Iguais) do município se uniram para impedir que o vereador Vaguinho fizesse a homenagem em plena campanha acirrada.
A executiva do PSOL entrou com uma representação no Fórum de “favorecimento eleitoral”, por parte do vereador que é apoiador do candidato de extrema direita. Na justificativa, o partido o acusa de tentar fazer uma manobra política com objetivo de promover a imagem do candidato, além de denunciar o discurso de ódio: “o deputado Flavio Bolsonaro reproduz constantemente falas que tocam diretamente a dignidade das mulheres, LGBTQI, negros, não cristãos e moradores de áreas periféricas”, alegou a petição dos psolistas.
Assim que a pauta foi lida, teve vaia e gritos de “ele não”, “fora Bolsonaro”, “crime eleitoral” e até “chega de fascismo”. A homenagem acabou sendo encaminhada para Comissão de Constituição e Justiça e não foi aprovada automaticamente, como era previsto.
De acordo com Rodolpho Campbell, diretor do Grupo Iguais, o que aconteceu na Câmara foi um “desserviço! Foi além de ser prática de favorecimento eleitoral ilícito para o candidato a Senador, o futuro agraciado pelo vereador nunca teve relação de identidade ou afetiva com nosso município. O futuro agraciado nunca destinou uma matéria em nosso favor como munícipes de uma maneira geral e nunca destinou uma emenda sequer pra nossa cidade. Agora em período eleitoral querem dar essa moral eleitoral pra ele?! Não vamos aceitar!”, disse.
Lembrando que no próximo dia 29 de setembro, grupos de mulheres, LGBTQI+ e negros, da Região dos Lagos, fazem um protesto contra o fascismo. A manifestação será às 15h, na Praça Porto Rocha, em Cabo Frio. “Diante à onda de conservadorismo e crescente do fascismo que ameaça o Brasil, as mulheres, os LGBTQI+ e movimentos de negritude da Região dos Lagos também mostrarão sua força nas ruas contra Bolsonaro e o retrocesso que ele representa. Não retrocederemos em nossas lutas por mais direitos e em nossa resistência cotidiana! Responderemos coletivamente nas ruas e nas urnas de forma democrática que unidas dizemos não ao ódio e à violência que recai sobre nossos corpos”, disse o movimento.