Diante de informações distorcidas nas redes, a Secretaria Municipal de Ambiente, Sustentabilidade e Clima (SEMAS) de Macaé negou que vá remover “90 casuarinas” da calçada da orla. Segundo a pasta, o projeto “Restinga Boa é Restinga Nativa” prevê remoções pontuais, baseadas em laudo, e a recomposição do ecossistema com o plantio de 80.100 mudas nativas.
A fase atual do projeto não contempla derrubada indiscriminada na calçada da orla. O Projeto de Restauração Florestal (PRF), que embasa as ações, determina três frentes de manejo:
- 25 árvores secas (risco de queda/incêndio), além do manejo de amendoeiras secas;
- 8 árvores doentes ou com problemas estruturais (lesões, pragas, tortuosidade);
- 11 árvores/“ilhas” invasoras dentro da restinga/faixa de areia (exóticas como casuarina, amendoeira, yuca e “gaiolinha”), por competição com a flora nativa e impacto na proteção costeira.
A SEMAS aponta pressão biológica dupla sobre a Restinga da Praia do Pecado: espécies invasoras já estabelecidas no interior do ecossistema e a chegada contínua de sementes oriundas da APP da Lagoa, hoje em litígio e sem manejo, que atua como fonte ativa de invasão. Sem intervenção técnica, o avanço pode comprometer a recuperação do ambiente.
O secretário Phelipe Smith Salgado ressaltou que a diretriz é de restauração, não de corte: a prioridade é retirar o que está morto, doente ou invasor e recompor a restinga com espécies nativas. O plantio ocorrerá em 1,93 hectare (19.300 m²), com 78 mil mudas psamófilas reptantes (fixação de solo/dunas) e 2,1 mil arbustivas (como guriri, bromélias e pitanga).
Para transparência, o PRF está disponível na SEMAS e em link divulgado no Instagram oficial. A secretaria convocou audiência pública para apresentar a segunda fase e ouvir contribuições.