O município de Macaé, que já registra 94 óbitos e mais de quatro mil casos do novo coronavírus, será uma das cidades do Norte Fluminense que irá participar de pesquisa da Secretaria Estadual da Saúde sobre incidência do vírus e imunidade da população. A pesquisa será realizada em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os resultados permitirão analisar fatores demográficos e socioeconômicos da pandemia.
Segundo a SES (Secretaria de Estado da Saúde), até 12 de setembro, duas mil pessoas serão testadas em 25 unidades de saúde em todas as regiões do estado, com objetivo de correlacionar a incidência da Covid-19 com fatores demográficos e socioeconômicos.
As amostras serão colhidas quinzenalmente, ao longo de três meses, podendo a pesquisa ser estendida até seis meses. As 25 unidades de saúde que funcionam como pontos sentinela estão localizadas nos municípios de Angra dos Reis, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Itaperuna, Macaé, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Petrópolis, Resende, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Saquarema, Três Rios e Valença.
Para avaliar tanto a situação atual quanto o histórico de infectados, estão sendo realizados exames PCR, testes sorológicos por coleta de sangue e testes rápidos. O primeiro aponta a presença do vírus no momento em que a amostra é colhida, refletindo um cenário mais imediato da contaminação da população; o segundo e o terceiro são capazes de identificar a presença de anticorpos contra a doença, indicando um contato prévio com o vírus, mesmo que não tenham sido manifestados sintomas.
Pela SES, participam do estudo a Subsecretaria de Vigilância em Saúde e o Laboratório Central Noel Nutels. De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Alex Bousquet, o estudo favorecerá uma melhor compreensão da dimensão da Covid-19 em diferentes áreas do território fluminense e sua evolução.
“A implementação desses pontos de testagem torna possível traçarmos um perfil das pessoas que já se contaminaram com o coronavírus. Muitas, possivelmente, são assintomáticas. Essa análise epidemiológica mais clara, ao longo de doze semanas, contribui para adoção de medidas de saúde pública, como prevenção da doença, isolamento social e flexibilização de acordo com cada fase”, explicou Bousquet.
A amostragem do estudo está sendo feita com pessoas que espontaneamente buscam atendimento em uma das unidades participantes, e selecionadas independentemente de serem suspeitas de contaminação por coronavírus. Para a efetiva adesão à pesquisa, os voluntários devem preencher um formulário pessoal. Assim, será possível analisar e mapear informações como idade, sexo, local de residência, escolaridade, sinais e sintomas mais frequentes na população com infectada ou com prevalência da imunidade contra a Covid.
Foto: Maurício Bazílio/SES