Ação da Prefeitura exige a saída da sala dos professores e vários laboratórios da UFRJ e UFF do prédio da Cidade Universitária
Professores e estudantes universitários de Macaé tem questionado a nova gestão da prefeitura o requerimentos de mudanças no campus da UFF (Universidade Federal Fluminense) e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Nesta sexta-feira (8), os docentes e estudantes iniciaram uma manifestação nas redes sociais contra a exigência do executivo, que requisitou à retirada das salas ocupadas pela UFF e UFRJ do prédio da Funemac, localizado na cidade universitária.
Com a ação, os professores teriam que ser desalojados e levar consigo todo o material acadêmico, eletrônico e laboratorial, sem ter um outro local definido para o trabalho. De acordo com profissionais, a prefeitura, por meio de uma ligação, solicitou o espaço do prédio para alojar a nova Secretaria de Educação, sem um diálogo prévio, e deu um prazo de até três dias para que a mudança seja efetuada.
Além de ser um espaço acadêmico e de pesquisa, no prédio ainda funciona com atendimento popular, por meio do Centro de Assistência Jurídica (CAJUFF) e o Núcleo de Apoio Contábil e Fiscal (NAF), que auxilia a população nos trâmites de imposto de renda, em parceria com a Receita Federal. Caso o serviço seja dispersado por completo, a população poderá perder estas assistências gratuitas.
Carla Santa Cruz é médica e professora da UFRJ em Macaé, e relatou à Prensa como os profissionais e alunos se sentiram com a atitude da Prefeitura.
“No momento em que o Brasil atingiu a marca de 200 mil mortes por Covid-19, temos mais um ataque à universidade e à ciência. Nós estamos muito assustados com esta posição, pois não houve diálogo nem informação, apenas disseram que nós tínhamos três dias para retirar todos os pertences deste prédio. São vários grupos de pesquisa, vários laboratórios, várias pessoas que tem materiais da universidade, vinculados à alunos, pesquisas e projetos de extensão neste local, que precisarão sair”.
De acordo com os docentes, os espaços requeridos pelo órgão são os seguintes: Sala de professores, utilizada por 150 profissionais; sala do Observatório de Saúde Macaé; sala do Laboratório de Engenharia de Produção; espaço do Lab Inovar e aprender (ramo da robótica); espaço da empresa Junior da UFRJ; e espaço do Centro de Assistência Jurídica da UFF.
TWITTAÇO
Após a ordem de saída do prédio, estudantes, professores e membros da sociedade civil organizada iniciaram uma manifestação nas redes sociais, principalmente pela plataforma do Twitter, em que cobraram um posicionamento da Prefeitura.
As mensagens ressaltavam a pergunta “Prefeitura de Macaé, por que vocês estão despejando a UFRJ-Macaé e a UFF da Funemac?”.
Em apoio ao movimento, a vereadora Iza Vicente (Rede) emitiu uma proposição para a Câmara Municipal , ainda nesta sexta-feira (8), com um pedido à Prefeitura e à Secretaria de Educação, para que não prossigam com a decisão de retirar os espaços acadêmicos do prédio da Funemac. O documento foi enviado como indicação e ainda será avaliado.
O ex-vereador Marcel Silvano também se pronunciou quanto ao caso. Em sua página do Facebook, ele publicou um vídeo em que demonstra indignação quanto à atitude do Governo Municipal.
NOTA OFICIAL
Questionada pela Prensa, a Prefeitura respondeu, por meio de nota que todas as salas dos professores terão um novo espaço garantido e que nenhum setor será despejado. As salas que funcionavam como apoio administrativo para a UFRJ e a UFF serão transferidas para os próprios prédios das universidades dentro do complexo universitário.
Segundo o comunicado, além de economia para os cofres públicos, a mudança tem como objetivo dar mais conforto e segurança aos servidores da Educação, que já relataram casos de assalto nos arredores do prédio do Novo Botafogo, e aos usuários. A Prefeitura afirma que a transferência estava sendo planejada desde 2020, quando o Colégio de Aplicação (CaP) também foi instalado na Cidade Universitária.
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