Operação de captura foi iniciada após relatos de visitas inesperadas a residências
Um macaco-prego foi resgatado pela Guarda Ambiental de São Pedro da Aldeia no bairro Boa Vista. O animal, um macho adulto com cerca de dois anos de idade, apresentava ferimento no ombro direito e está recebendo tratamento veterinário. A operação para captura do animal foi iniciada após moradores relatarem visitas inesperadas a residências e até busca por alimento em geladeiras. Foi necessário persistência por parte dos agentes até que ele fosse encontrado, no último domingo.
O macaco seria criado em cativeiro por um morador do bairro Campo Redondo que teria mudado de residência e deixado o primata para trás. Agente da Guarda Ambiental, Felipe Dias Leite explicou que a equipe tentou localizar o tutor a partir do registro do animal no Instituto Estadual do Ambiente (INEA).
“Essa é a segunda vez que participo da captura de primatas na cidade, mas a primeira de um macaco-prego. Eles não são naturais daqui, precisam ser trazidos de outras regiões”, disse Felipe.
“Tentamos resgatá-lo por dias seguidos. Ele foi se deslocando por alguns bairros e recebemos relatos de que chegou a atacar moradores. Estava nervoso e com fome, provavelmente. Conseguimos capturá-lo com o uso de uma rede dentro de uma garagem no bairro Boa Vista. Ele já estava bem amuado no domingo e, segundo o morador da casa, tinha passado a noite dentro de uma caixa de isopor”, contou o agente da Guarda Ambiental Marcelo Silveira Sampaio, que também participou da ação.
A médica veterinária que realizou o primeiro atendimento, Tatiana Grillo Leonardo, contou que o macaco estava com bastante medo e muita dor. “Foi preciso realizar contenção para atendê-lo. O animal apresenta uma ferida extensa e o ombro direito muito inchado. Não conseguia mexer o ombro. Fizemos limpeza, curativo e medicamento para aliviar a dor. Aparentemente, o machucado já tinha dois dias ou mais. Notei que até pra comer ele está segurando o alimento com a mãozinha do braço que não está machucado”, explicou.
Temporariamente, o macaco ficará em posse da Secretaria de Meio Ambiente aldeense até que o INEA averigue a situação legal e defina o destino do animal. Por ter sido criado em cativeiro, ele não poderá ser solto em ambiente natural.
O Secretário de Meio Ambiente, Mario Flavio Moreira, ressaltou a importância de os cidadãos terem consciência da responsabilidade que é assumida ao adotar um animal, especialmente silvestre. “Não capturem e criem animais se não houver a intenção de assumir um compromisso para toda a vida. Tratando-se de espécies silvestres, a situação é ainda mais complexa. Quando abandonados é necessário acionar os órgãos de controle para que seja decidido o futuro do exemplar”, explicou.
É importante destacar que os primatas podem transmitir doenças através da mordida. O vírus mais comum é o da raiva. Moradores que tenham sido feridos pelo macaco-prego devem procurar atendimento nas unidades de saúde municipais.