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Lula: “Nós queremos acabar com a fome de verdade”

Em entrevista a Reinaldo Azevedo, da BandNews FM, presidente defende mobilização para garantir que o Bolsa Família atenda quem realmente precisa e seja variável importante no fim da insegurança alimentar
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lançamento do Bolsa Família nesta quinta-feira, 2/3, em Brasília, é visto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um dos vetores essenciais para que o país possa se articular em torno da missão de reduzir a grave situação de insegurança alimentar que aflige cerca de 33 milhões de brasileiros.
 

O Bolsa Família é apenas uma parte de nossa política de combate à fome. Porque junto com isso tem a política de crédito. Tem a compra de produtos da agricultura familiar. Tem o fortalecimento da agricultura familiar. Tem a lei que obriga prefeituras a comprar 30% do alimento da merenda escolar da agricultura familiar. Tem o reajuste da merenda escolar, que faz sete anos que não é reajustada”

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
 

Em entrevista ao âncora Reinaldo Azevedo, da rádio BandNews FM, Lula reforçou que a retomada do programa de transferência de renda é uma peça de um grande quebra-cabeças encadeado com uma série de ações com foco na economia e na preocupação com o social.
 

“Nós queremos acabar com a fome de verdade. O Bolsa Família é apenas uma parte de nossa política de combate à fome. Porque junto com isso tem a política de crédito. Junto com isso tem a compra de produtos da agricultura familiar. Junto com isso vem o fortalecimento da agricultura familiar. Junto com isso tem a lei que obriga prefeituras a comprar 30% do alimento da merenda escolar da agricultura familiar. Junto com isso tem o reajuste da merenda escolar, que faz sete anos que não é reajustada”, listou o presidente.
 

O Bolsa Família foi retomado com valor mínimo de R$ 600 por família e um adicional de R$ 150 para cada criança de até seis anos na composição familiar. O programa também trouxe um benefício complementar de R$ 50 para cada integrante da família com idade entre sete e 18 anos incompletos e para gestantes. Além disso, retomou condicionalidades históricas, como a exigência de frequência escolar para crianças e adolescentes, pré-Natal para gestantes e a atualização do caderno de vacinação com os imunizantes previstos no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.
 

Lula enfatizou que outra frente indispensável para o bom funcionamento do Bolsa Família é a qualidade de seu banco de dados, ou seja, a capacidade que o Estado tem de encontrar, de fato, as pessoas que realmente precisam.
 

“A coisa mais sagrada de um programa social é o cadastro. O cadastro tem de ser muito sério. Somente o cadastro vai permitir que o benefício chegue a quem necessita. Vamos pedir o apoio do Ministério Público, dos sindicatos, das igrejas, dos prefeitos, dos jornalistas para que o cadastro atenda de fato quem mais necessita”, afirmou o presidente.
 

ECONOMIA GIRANDO – Lula também citou uma série de ações complementares que contribuem para que a realidade econômica se torne mais favorável para a emancipação das famílias. Entre elas, a retomada de obras do Minha Casa, Minha Vida, o compromisso de contratar a construção de duas milhões de unidades habitacionais até o fim do mandato e a retomada de obras em todo o país.
 

“Vamos começar a reconstruir as obras paradas na área de educação, que são mais de quatro mil. Anunciamos ao Brasil R$ 23 bilhões de investimento em obras de infraestrutura em um ano. Vai ser assim na educação. Vai ser assim na saúde. Vai ser assim no transporte, vai ser assim na economia. Vamos botar esse país para trabalhar”, afirmou o presidente.
 

“Estamos reorganizando a sociedade. Tentando fazer com que volte à normalidade. Colocar dinheiro para circular no setor produtivo. Investir em pequenos e médios empreendedores, na agricultura familiar, na média agricultura”, disse o presidente.
 

COMPLEXO DE VIRA-LATAS — A perspectiva de assumir o protagonismo no tabuleiro internacional também foi abordada durante a conversa. Lula voltou a explicitar sua intenção de acionar um grupo de países para discutir as possibilidades de paz entre Ucrânia e Rússia. O assunto teve outro desdobramento nesta tarde, quando o Lula teve uma conversa com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
 

“Tenho a proposta de criar uma espécie de G20 para discutir a paz. Só tem gente discutindo a guerra. O Brasil está se colocando para discutir a paz. É preciso a gente entender que primeiro tem de parar a guerra. Depois que parar, a gente vai negociar o que tem de acontecer”, afirmou o presidente.
 

Lula lembrou que já teve conversas nesse sentido com os chefes de estado de Estados Unidos, França e Alemanha. Para ele, o Brasil tem grandeza política suficiente para se colocar em posição altiva.
 

“Vou para o G7 no Japão. Vou entrar nesse assunto outra vez. Não é só discutir o que os Estados Unidos querem discutir. Ou o que o Japão quer discutir. Nós temos de saber o que o Brasil quer discutir. O que está pensando sobre as coisas. Com a grandeza do seu tamanho. Não queremos ser maiores, mas não queremos ser menores. Hoje tanto Rússia quanto Ucrânia estão pedindo a Deus para aparecer alguém para acabar com essa guerra”, ponderou.
 

Segundo o presidente, a sequência da guerra tem consequências adversas para a inflação e para as economias internacionais. “Não precisamos ficar destruindo ponte, destruindo prédio, perdendo vidas. A troco de quê? O problema é a Otan? Vamos discutir com os europeus e os americanos. É a filiação à União Europeia? Vamos discutir”, citou o presidente. “O que eu acho é que numa mesa de negociação a gente pode fazer milagres”.
 

Por fim, o presidente voltou a citar o compromisso que estabeleceu ao ser eleito para o mandato no fim de 2022. “Se ao terminar o mandato em 31 de dezembro de 2026 e eu tiver garantido que cada brasileiro esteja tomando café, almoçando, jantando, trabalhando e as crianças estudando, eu terei cumprido minha missão”.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

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