Amizade, um rio ou um romance sobre a mãe de Angola. Os vários significados de Luedji são evidências no seu disco fundamental “Um Corpo no Mundo”. Luedji Luna, baiana, nascida no bairro de Cabula – Salvador, veio que veio com uma obra que pode ser considerada fundamental pra quem quer sair do discurso que a música contemporânea brasileira tá em declínio.
Influências de Djavan, Luiz Melodia, Edson Gomes, Mayra Andrande e Tiganá Santana, Luedji escolhe o caminho de aliar a música ao posicionamento político, dentro do que é ser mulher preta, os apagamentos sistêmicos e simbólicos e a possibilidade real de colocar a voz em pauta, num cenário onde o silenciamento é regra.
Ela é curadora de um projeto chamado “Palavra Preta” que reúne compositoras e poetisas pretas de todo o País. Uma ação real pra mostrar que as coisas acontecem e precisam ser colocadas a tona.
Escute “Um Corpo no Mundo”, a experiência é incrível e fique com uma reflexão da Luedji Luna sobre o que é ser mulher preta:
“Sabe aquele conceito que a gente aprende na escola na aula de Biologia? Que existem seres vivos, os autotróficos, capazes de produzir o próprio alimento, como as plantas, por exemplo. Para mim, ser mulher negra é isso: ter a capacidade de tirar força de si mesma, de ser sua própria fonte de energia, de cura e de amor. É solitário, mas é potente também…”
Vida longa ao Úrbalia!
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