No mundo inteiro o esporte cancela competições. Em alguns casos, como os campeonatos estaduais do Rio de Janeiro e São Paulo, as partidas serão disputadas com portões fechados. Já eventos como Eliminatórias para Copa do Mundo e Copa Libertadores da América estão canceladas. São ações necessárias. Pois evitam aglomerações além restringir o fluxo de pessoas. Mas é claro que isso não é suficiente.
Se há uma pandemia mundial cujo pico de terror ainda chegará ao nosso continente, a medida mais coerente é cancelar todos os calendários, eventos e deslocamentos. O esporte é responsável por acontecimentos onde pessoas se deslocam de lugares distantes para se aglomerarem. Agora a queda de braço é lucro x saúde!
O esporte, faz tempo, é uma máquina de fazer dinheiro. Parar essa máquina é frear o lucro. Transmissão televisiva e internética, bilheteria, passagem, comida, bebida. São eventos que geram lucro a empresas mundo a fora. E elas vão pressionar os órgãos responsáveis por uma liberação mais rápida das atividades.
Se corremos um risco sério, ninguém deve ir trabalhar. Nem os atletas devem ir aos CTs. Então depois de um mês, passados os perigos da epidemia, voltariam para fazer novamente uma pré-temporada e reiniciar as competições. Isso é o que devemos pensar e esperar humanamente.
Entretanto, gostaria mesmo de saber o que pensam sobre isso os homens cujos contratos ficarão semanas sem render um tostão. Porque é quando lidamos com o lucro que sabemos até onde vai a humanidade das pessoas.
*Rafael Alvarenga é esportista e filósofo