Por Sandro Peixoto
A notícia mais interessante da semana saiu na Coluna do meu amigo Anselmo Gois, no jornal O Globo. Junto com 2,5 milhões de camisinhas, a prefeitura do Rio de Janeiro distribuirá também, 236 mil sachês de lubrificante. É bom lembrar que, lubrificante geralmente é usado em sexo anal. Verdade que algumas mulheres frígidas também usam, por falta de lubrificação natural. Mas de fato, lubrificante sexual tem apenas um endereço. É esse mesmo que você está pensando. Lembremos ainda que a prefeitura do Rio é administrada por Marcelo Crivela, Bispo da Igreja Universal do Reino de Deus. Coisa do mundo moderno. Um Pastor cuidando do cu alheio.
Esse fato mostra duas coisas importantíssimas. Primeiro: a pessoa vence a eleição, mas não toma o poder. O eleito pode até ter ideias pessoais, mas é a realidade quem impera. Segundo: o respeito a diversidade sexual veio para ficar. Não podemos mais negar o direito aos homossexuais. Mesmo que não queira você, o Papa, Donald Trump ou Crivela. Eles, os gays, vão continuar seguindo seus desejos. Outra coisa: se distribui camisinhas para os héteros, porque não dar atenção aos gays? Cidadão não se mede pela opção sexual. Somos todos iguais perante a Lei. Fato não se nega. Se reconhece e se administra.
O carnaval brasileiro, principalmente no Rio, Bahia e Recife é realmente uma loucura em todos os sentidos. Fica tudo no fio da navalha. O legal e o ilegal caminham lado a lado. Cabe ao estado limitar os exageros. Com música incessante, bebida que não acaba mais e drogas das mais variadas à vontade, o sexo sem pudor e em qualquer lugar e com qualquer pessoa é apenas uma questão de oportunidade. Aliás, muita gente participa do carnaval tem expectativa de beijar e transar. Para certas pessoas, um carnaval sem sexo nem é carnaval.
A camisinha e o lubrificante resolvem o problema da proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e da penetração anal. E o xixi, que despejado a cada muro e esquina deixa uma fedentina enojante? Como se resolve o problema? Aquela mistura de amônia com rato morto que dura dias. Multar e prender não parecem as saídas mais lógicas. A multa além de irrisória, cai num poço sem fundo do governo e os recursos não são usados para diminuir o problema. O que seria lógico, pois arrecadar por arrecadar só serve para tirar dinheiro do cidadão. Prender é outra loucura. Num Brasil de celas superlotadas, prender alguém por urinar na rua uma necessidade fisiológica beira a estupidez.
Eu tenho uma ideia simples, barata e possível de ser realizada. Basta distribuir fraldões geriátricos aos foliões e colocar tendas de troca a cada quarteirão. Durante os dias de folia de Momo usa-se pouca roupa e muita fantasia. Dificilmente alguém diria não para um fraldão. É cômodo, segura o xixi de 5 latinhas (eu já testei. Depois conto em outra oportunidade) e pode ser usado como fantasia de bebê. Coisa que muito marmanjo faz em busca de um peito feminino para mamar. A ideia pode parecer maluca, mas tem tudo para dar certo. E teria até patrocinadora com certeza.
Óbvio que nem todos os mijões iriam usar as fraudas. Assim como nem todos os foliões irão usar as camisinhas ou os lubrificantes. Todo carnaval vejo alguns malucos com camisinhas penduradas na orelha como se fosse um brinco. É verdade: tem idiota para tudo. A proposta não é resolver o problema e sim, amenizar a situação.
Nesse carnaval vou sair de fraldas. Se você perceber um volume anormal entre minhas pernas não se engane.