A Light interrompeu nesta terça-feira (12) o fornecimento de energia elétrica em 15 unidades da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), alegando uma dívida acumulada de R$ 31,8 milhões referente a faturas vencidas entre março e novembro deste ano. Além disso, a universidade não quitou R$ 3,9 milhões em parcelas de um acordo firmado em 2020. Serviços essenciais, como saúde e segurança, foram poupados da suspensão para garantir o atendimento à população.
Desde junho, a concessionária realizou várias reuniões com a reitoria da UFRJ para tentar solucionar a inadimplência, mas sem sucesso. Em nota, a Light informou que os cortes foram realizados em unidades não classificadas como essenciais e destacou a importância de manter os pagamentos em dia para garantir o fornecimento de energia.
Dívida histórica e tentativas de negociação
O montante devido inclui R$ 21,3 milhões negociados em 2020, dos quais apenas R$ 13 milhões foram pagos. Segundo a UFRJ, dificuldades orçamentárias têm impactado diretamente o pagamento de contas básicas, como água e energia. Em julho deste ano, a universidade recebeu uma notificação de corte e recorreu ao Ministério da Educação (MEC) em busca de suplementação orçamentária. No entanto, o auxílio financeiro não foi suficiente para evitar o desfecho.
A reitoria chegou a obter uma decisão judicial para impedir o corte, mas a Light recorreu e conseguiu reverter a liminar, o que culminou na interrupção do fornecimento em algumas unidades. A situação é agravada pela possibilidade de interrupção de outros serviços básicos, como o abastecimento de água, que também está em atraso com a concessionária Águas do Rio.
Impactos no funcionamento e futuro incerto
A crise financeira enfrentada pela UFRJ reflete desafios comuns às universidades públicas brasileiras, que enfrentam cortes orçamentários contínuos. Apesar disso, a instituição afirma que está negociando com as concessionárias para evitar novas interrupções e garantir o funcionamento pleno de suas atividades acadêmicas e administrativas.
Os cortes de energia aumentam a pressão sobre a gestão da universidade, que já enfrenta dificuldades para manter as aulas presenciais e os serviços administrativos funcionando normalmente. “Estamos trabalhando para que essa situação não comprometa ainda mais as atividades da universidade”, afirmou a reitoria em nota oficial.