Escultura que representa Don Quixote doada ao Fórum de Búzios pelo artista Carlos Sisternas teria sido levada pelo magistrado
O juiz João Carlos de Souza Corrêa que esteve a frente da Comarca de Búzios entre os anos 2004 e 2012 foi acusado pelo TJ-RJ de ter se apropriado de uma escultura do artista Carlos Sisterna que representa o famoso personagem de Cervantes, Don Quixote. A obra foi uma doação ao Fórum e teria sido levada pelo magistrado, que já foi notificado pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) para imediata devolução.
Segundo informações apuradas pelo jornal O Globo, o sumiço da estátua só foi percebido quando o próprio artista teria ido ao local, em 2017, para entregar uma segunda peça, desta vez de Sancho Pança. Em sua defesa, o juiz alegou que cometera “equívoco” ao levar para o seu gabinete em Bangu, para onde fora transferido de Búzios, a estátua de Sisternas pensando se tratar de outro “Dom Quixote”, doado a ele pelo escultor Domingo Soto.
Dono do ateliê Arte Cobre, Sisternas é especialista em amassar chapas de cobre e transformá-las em esculturas, especialmente as de Dom Quixote. Quando deu conta do sumiço da obra, comunicou-a ao então titular da 1ª Vara da Comarca, Gustavo Favaro, que levou o problema à Corregedoria. João Carlos, acionado na ocasião, alegou inicialmente que recebeu o Dom Quixote de presente do escultor. Mas a Corregedoria ouviu Sisternas, que negou a doação, e o juiz foi obrigado a devolvê-la.
*fonte O GLOBO