Juventude buziana enxerga como única saída mudar de município ou seguir carreira incerta com Turismo
Búzios, a península conhecida por ter belas praias e o clima de veraneio vive em contradição com a juventude. O município que vive principalmente de turismo possui estruturas, ainda assim precárias, que profissionalizam apenas para esta área o que impossibilita jovens de buscarem novos meios de se profissionalização que os mantenham na cidade.
Matthews Ferreira, de 21 anos, em conversa com a Prensa comentou que vê perspectiva futura apenas no atual emprego, na área de turismo. Mas pondera, “se for colocar em uma visão geral, o pessoal daqui só consegue emprego na alta temporada e pode ser demitido 3 meses depois”. Ele ainda relata que se não fosse o atual trabalho provavelmente venderia trufas ou trabalharia como servente como opções para se manter em Búzios.
A maior reclamação da juventude buziana é as poucas oportunidades de ter uma profissão diferente da área de Turismo. Quem deseja buscar outro campo de conhecimento e capacitação precisam ir aos municípios vizinhos que possuem intuições de ensino com mais opções.
O Instituto Federal Fluminense de Cabo Frio (IFF Cabo Frio) é uma das instituições mais próximas de Búzios com formação de ensino superior. Atualmente em relação a área de turismo o Campus oferece cursos de Técnico de Cozinha e Hospedagem, cursos de ensinos superiores em Tecnólogo de Hotelaria e Tecnólogo de Gastronomia. Além disso, possui os cursos de curta duração chamados de Formação Inicial e Contínua (FIC).
Segundo Mônica Athayde, da assessoria de comunicação do IFF, os alunos normalmente escolhem se capacitar no ramo, pois já atuam na área do turismo ou desejam ter mais oportunidades no setor pela Região em que vivem, principalmente os alunos de ensino superior.
A média de alunos formados nessas áreas relacionadas ao turismo nos últimos 5 anos é de 500 pessoas. Mônica ainda comenta, “Porém, o curso de hospedagem é de ensino médio, poucos alunos continuam na área. Normalmente tendem a fazer o ENEM para outros cursos”.
A moradora de Búzios, Rebecca Simões, de 19 anos, também acredita que Búzios deveria ter mais oportunidades, novas áreas para o jovem explorar, e completa: “Agora que estamos em pandemia, era para ter quarentena. Mas Búzios por depender do Turismo não pode realizar um lockdown para conter o contágio. Se fechar, as pessoas ficam sem empregos, a cidade não anda”.
Os jovens adultos que já cursam faculdade fora do município acreditam que falta estímulo para exercer a profissão na cidade e se estruturarem aqui, o investimento na educação e novos sabres que esses jovens trazem junto a eles podem acabar indo embora caso não vejam outra saída.
Santiago de Almeida, de 21 anos, cursa Engenharia Civil, em Cabo Frio e se sente sem perspectiva em relação a se estruturar na cidade com a qualificação que escolheu. Ele complementa que, apesar de não querer deixar o lugar que mora, sente-se obrigado. “Profissionalmente eu não vou evoluir, não alcançaria o que pretendo e não vou ter o que oferecer para minha família. Eu, aqui, fico limitado”, lamenta.
Poucas respostas a tantas incertezas.
A Prensa entrou em contato com a Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC) Búzios e Colégio João de Oliveira Botas, ensinos que também tinham recursos de formação para a área de Turismo. Não obtivemos retorno da FAETEC Búzios, mas segundo o site oficial da instituição os cursos ofertados foram determinados após uma identificação das demandas de mão de obra na cidade. As profissionalizações são referentes as áreas de turismo, como informática, hospitalidade, lazer e construção civil. Ainda havia ensinos complementares como línguas e operador de computados.
A Redação da Prensa também entrou em contato com a Prefeitura para saber se há projetos profissionalizantes, mas não obtivemos retorno.
