Um desses casos envolveu um acordo que teria sido firmado com Riverton Mussi, prefeito de Macaé de 2005 a 2013
Jonas Lopes, ex-presidente da corte, em depoimento de delação premiada, afirmou que conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ) receberam propina para ignorar irregularidades em gestões municipais.
Os depoimentos de Lopes, e de seu filho, Jonas Lopes Neto, citam Macaé (litoral norte), Duque de Caxias (Baixada Fluminense) e Niterói (região metropolitana). As delações feitas à força-tarefa da Lava Jato no Rio, às quais o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, revelam a ramificação da corrupção, além de editais de obras públicas no Estado, como o Maracanã, durante a gestão Sérgio Cabral (PMDB), e envolvem também prefeituras.
A Operação O Quinto do Ouro, no fim de março, levou à prisão cinco dos sete conselheiros do TCE-RJ e mais um conselheiro aposentado. Eles foram soltos por decisão judicial na sexta-feira (7). As defesas dos conselheiros negam as acusações. Ao deixar a prisão, o conselheiro Marco Antônio Alencar disse que os dois delatores, chamados de “bandidos”, induziram procuradores e Justiça ao erro.
Conforme o relato de Lopes, o suposto esquema causou problemas entre os conselheiros. Um desses casos envolveu um acordo que teria sido firmado com Riverton Mussi, prefeito de Macaé de 2005 a 2013 pelo PMDB, e candidato a vereador pelo PDT no ano passado. A cidade é a principal base de operações de exploração na Bacia de Campos, cujos royalties turbinam o orçamento da prefeitura, de R$ 1,9 bilhão para 2017.
O delator contou que, após assumir a presidência do TCE-RJ, em 2013, foi procurado por Mussi, que teria dito que, apesar de um “acerto” com os conselheiros, quando ainda estava no cargo, estaria “apanhando muito do tribunal”. Mussi teria dito a Lopes que o acordo fora combinado com o conselheiro José Maurício Nolasco.
Depois da abordagem do ex-prefeito, contou Lopes, o conselheiro José Gomes Graciosa passou a pedir vista da maioria dos processos sobre Macaé, “se não de todos”. Graciosa teria dito a Lopes que agia em represália, “por se sentir vítima de uma volta de conselheiro Nolasco”, “que teria feito um voo solo”, “recebendo vantagens indevidas em nome do tribunal sem dividi-las com os demais participantes do esquema”. A reportagem não conseguiu localizar Mussi.
Informações Época Negócios
https://prensadebabel.com.br/index.php/2017/04/07/prefeito-de-macae-participara-de-evento-com-michel-temer/