Os Jogos Pan-Americanos de Lima no Peru 2019 estão acontecendo e a situação do Brasil tanto no quadro de medalhas quanto na participação de atletas e equipes é a mesma de outras competições: no geral seguimos achando que podemos ir mais, mas não vamos. Então glorificamos o esforço sobre humano de alguns atletas que conquistam medalhas vindos de uma condição de vida-treinamento-apoio insuficiente.
Ainda não profissionalizamos o esporte no Brasil. Ele ainda é visto pelas políticas públicas do esporte – cada vez mais reduzidas num bisonho retrocesso! – a um caminho de “quem pode trilhar”, leia-se de quem pode pagar pelos treinamentos e preparação. Hoje foi Beatriz Ferreira quem levou o ouro no Boxe, amanhã poderá ser Carol Meligeni no Tênis. Duas histórias que entrarão para a estante das reportagens sentimentais da semana.
O atleta merece toda honra! Mas Não basta mostrar sua condição. Ou se torna militar ou se nasce em família que pode bancar a carreira. Essa fórmula mostra a falta de um programa amplo e organizado para o esporte no país. E assim em todas as competições de nível internacional entramos como uma surpresa. Ninguém sabe se ganharemos medalha ou se seremos desclassificados na primeira fase. Entretanto, essa imprevisão constante, declara o amadorismo e o descaso das autoridades políticas com os atletas brasileiros.
Atualmente o quadro de medalhas é dominado pelos EUA, dali pra baixo a briga é boa: calculando em ouros, México 17, Canadá 16, Brasil 15 e Cuba 14 estão na briga pela segunda posição. Eu, particularmente, torço pelos atletas brasileiros. Mas não deixo de temer a Colômbia que com 11 ouros vem chegando. E não está longe, amigos. Lembrem-se, tudo pode acontecer quando sua estrutura-preparação é manca.
*Rafael Alvarenga é professor de Filosofia e apaixonado por esportes