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Jean Mancini, o empresário que renovou a noite de Búzios

Começou a empreender em Búzios aos 24 anos e teve o Buda Beach como o marco para vida profissional
Imagem: Reprodução | Arquivo Pessoal

Silk Beach Club, Movida, Club 151, Buda Beach, em algum momento quem está em Búzios ou visitou o balneário já passou por alguma dessas casas. Cada local tem a própria atmosfera, mesmo assim, a proposta é que cada uma delas se encaixe de alguma forma uma na outra. Jean Mancini, empresário, é a mente por trás de cada sucesso noturno. Além de empreendedor, também atua como DJ nas casas. Ele escolheu Búzios para se reaproximar do pai e acabou se tornando um grande nome para a cidade. Atualmente, com 35 anos, o empresário continua trabalhando para o crescimento dessas casas que criou e busca inovar frequentemente.

São bares, restaurantes, clubes de música, beach clube, de tudo um pouco, cada lugar com uma peculiaridade, mas que agrada todos os tipos de públicos. A Prensa conversou com Jean sobre sua trajetória pessoal e profissional.

Jean, além de empresário também é DJ e está sempre presente nas casas. | Imagem: Arquivo Pessoal

Prensa de Babel: Poderia nos contar um pouco da sua história e como foi a chegada a Búzios?

Jean Mancini: Em relação a minha chegada, meu pai mora aqui desde 1989, e eu nesse tempo todo dividi a minha vida entre a França e Brasil (em Búzios), eu passava seis meses em cada lugar, alternando entre as férias e as aulas. E quando eu me formei na faculdade e fiz meu mestrado em Administração de Empresas, depois de viajar mais ou menos um ano entre os Estados Unidos e outros lugares, porque eu estava a fim de procurar alguma coisa para me estabelecer lá, eu parei para pensar e resolvi voltar atrás e me estabelecer em Búzios. Por querer voltar a me aproximar do meu pai nessa relação de trabalho também. E meu pai já tinha saído, tinha uns quatro anos que ele tinha um investimento na Bahia, ele não estava mais atuando em Búzios. Eu voltei a empreender aqui, na época eu tinha 24 anos. Eu escolhi o Buda, que era um espaço que tinha na Orla Bardot. E lá recomeçamos a história…

Prensa: As suas boates e clubes movimentam as noites de Búzios, e cada uma tem um estilo diferente. Como é esse processo de criação para sempre estar inovando?

Jean: Nós temos bastante experiência no mercado de Búzios, e no estado do Rio. Cada casa nossa tem muito identificação, ela procura atingir um nicho específico de clientes para justamente a gente ter vários empreendimentos e um não se tornar concorrente do outro, mas sim agregar um ao outro. Tanto é que mesmo que ocorra um trabalho de comunicação muito forte em cada casa, acontece que de uma maneira inconsciente os clientes acabam frequentando todas as nossas casas sem saber que uma está ligada à outra. Nós temos um trabalho de pesquisa de mercado, para ver qual a tendência de mercado, quais os nichos, idade, o que procuram, os valores… É todo um trabalho de pesquisa, de conhecimento, que faz com que a gente consiga ter vários negócios abertos independentemente da época do ano, e cada local com a vida própria e sem conflitar um com o outro.

Bar Movida fica localizado na Orla Bardot. Foto: Movida I Divulgação

Prensa: Como vocês conseguiram driblar a pandemia? O que mudou? Foi preciso se reinventar de alguma forma?

Jean: A pandemia para a gente, não sei se felizmente ou infelizmente, foi um divisor de águas. Para nós foi um grande benefício, porque tinha nove anos que estávamos em um ritmo frenético de empreendimento e administração. A gente acaba tendo muitos custos, coisas que passam despercebido no decorrer do tempo, às vezes a gente acha que precisa de algo, mas não agrega em nada. Quando temos a oportunidade de escolher entre rescindir ou manter os funcionários que estavam com a gente, então optamos por rescindir. Não sabíamos quanto tempo ia demorar a pandemia, então rescindimos e voltamos à estaca zero, voltamos do começo. E acabamos realizando uma limpeza, e se tornou uma nova gestão nossa. Com isso, conseguimos surfar nessa onda da retomada com facilidade e tendo muita estratégia, sendo rigoroso e com bastante cautela. E deu muito certo, reposicionarmos as casas e o pessoal, aproveitamos os benefícios que a pandemia trouxe, claro que naquela conjuntura que todo mundo conhece.

Prensa: São oito anos de Silk em Búzios, como você define esses anos? Pode-se dizer que a Silk é a “vibe” de Búzios?

Jean: Esses oito anos de Silk foi um aprendizado muito forte, porque é uma casa que está muito sujeita a ter um clima legal, cidade cheia, com potencial e poder aquisitivo maior. São critérios que não facilitam de trabalhar no dia a dia, não temos esse volume de pessoas assim o ano todo. E, mesmo assim, é a uma casa que veio para revolucionar a proposta do “Day Use”, as possibilidades que o público tem para poder curtir um momento diferente, que não seja só cadeira na praia. Trouxemos uma experiência interessante que envolve gastronomia, entretenimento com DJ, show, espaço de evento ao ar livre. Trouxemos a proposta dos colchões, a piscina… É uma proposta única no mercado, pelo menos no estado do Rio de Janeiro. É uma proposta bem inovadora, bem diferente, é uma casa que vingou, tem seu público e que a gente tá trabalhando cada vez mais para estar na frente das demandas.

Prensa: O que o público pode esperar de cada estabelecimento nos próximos anos?

Jean: Então em cada estabelecimento nós procuramos a cada dois anos reformar e melhorar, trazendo novidades, motivando as pessoas que trabalham com a gente e capacitando cada vez mais. Nós tentamos sempre estar à procura do novo e do melhor, isso que nos motiva. Até porque nós gostamos, não conseguimos permanecer nesse ramo de negócio se não está no sangue. É um trabalho difícil, manter 150 a 200 funcionários em alta e baixa temporada, com custos altos por mês. Acaba que se não gostar do que faz, não tem como entregar essa energia para o cliente, o público não sente essa troca. O que nós buscamos é que cada cliente tenha a melhor experiência possível. Eu sempre falo para as pessoas que trabalham comigo “quem manda é o cliente”, porque ele vem escolhendo gastar tempo e dinheiro em um estabelecimento nosso, e devemos ser muito gratos. Ele poderia escolher gastar na casa do vizinho, então temos que compensar a pessoa. O público tem que sair feliz e falando bem para repassar isso para os outros.

Prensa: O que estar em Búzios significa para você?

Jean: Búzios para mim significa basicamente metade da minha vida. Eu sou muito grato, sempre fui muito bem acolhido. Eu tive a sorte de poder acompanhar o crescimento da cidade. A cidade não foi para onde queríamos, passou por um desenvolvimento bem agressivo, até um pouco descontrolado. Mas a cidade permanece o que sempre foi, atípica e única, que só se acha aqui mesmo. Às vezes saímos para ver outras coisas, e quando voltamos vemos essa alegria, essa sensação de prazer de voltar para o lar. Búzios significa muito, sempre briguei e batalhei, e vou continuar para que seja o melhor possível. Eu tenho muito carinho pela cidade e pelas pessoas que me acolheram. Hoje tenho até um passaporte brasileiro, faço questão, porque vivo aqui, minha vida está aqui, minhas brigas, e as pessoas que dependem de mim. Eu tenho uma responsabilidade muito grande. E isso me motiva, e motiva também poder enxergar os resultados daquilo que eu imaginei. É prazeroso, eu tenho muito amor por essa cidade.

Por: Natalia Nabuco, estagiária sob supervisão da jornalista Monique Gonçalves.

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Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

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