Unidades de saúde de toda a região sofrem os impactos da interdição parcial do Hospital da Mulher de Cabo Frio, mantida pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj) nesta semana. Os esforços do prefeito Adriano Moreno (Rede), que apresentou uma lista de ações para atender as exigências feitas, não foram suficientes para convencer os conselheiros a permitir a volta do funcionamento de forma integral.
Com isso, o Hospital da Mulher segue atendendo as pacientes que já estavam internadas na unidade, e também está autorizado a atender casos de urgência. No entanto, as cirurgias eletivas, que são marcadas com antecedência, e os atendimentos ambulatoriais sem urgência estão suspensos.
O prefeito Adriano Moreno e o secretário de Saúde, Márcio Mureb, disseram em entrevista coletiva nesta terça-feira (21) que as unidades de saúde de municípios vizinhos estão ficando congestionadas com a diminuição do atendimento no Hospital da Mulher.
“Esse período de interdição parcial mostrou a importância do Hospital da Mulher para toda a região. Nesses quatro dias de interdição parcial, os municípios vizinhos ficaram todos congestionados. São Pedro já disse que não tem condição de atender a demanda, Arraial também. Em quatro dias de interdição parcial, criou-se uma situação insustentável. O Hospital da Mulher é o único que trabalha de portas abertas, para as pessoas não tenham que passar pela humilhação de ter que mentir sobre onde mora, todo mundo que chega é atendido – disse o prefeito.
Na sessão da Câmara de Vereadores na noite de terça, o vereador Vaguinho Simão (PPS), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Hospital da Mulher, disse que, dos 8.919 atendimentos registrados na unidade de saúde entre abril do ano passado e abril deste ano, 19% foram a pacientes de outras cidades.
Segundo a vereadora Alexandra Codeço (PRB), um dos principais entraves para a reabertura da unidade de saúde seria a instalação de cortinas para separar as pacientes. Ela considera a exigência importante, mas avaliou que o hospital não deveria ser fechado por isso.
“Ontem eu recebi a ligação de uma uma gestante 38 semanas que estava perdendo líquido. Falei com a diretora médica do Hospital da Mulher e ela atendeu prontamente. As pacientes que estão chegando no Hospital da Mulher estão sendo encaminhadas para outras unidades. São Pedro já nem está recebendo mais, fechou as portas porque não cabe mais gente no hospital. Então essas pacientes estão tendo que ir para Arraial do Cabo, Búzios e Saquarema. Por incrível que pareça, a maior exigência do Cremerj hoje são as cortinas para separar as gestantes, que a Prefeitura está sendo a licitação para comprar. Entendo que essa privacidade é necessária, porém, se esteve de portas abertas ate agora, acho também que o Cremerj tinha que ser benevolente e multar, fazer o que for preciso, mas o que não justifica é fechar as portas do hospital. Mas o prefeito garante que esta tomando todas as medidas para reabrir ainda essa semana” disse Codeço na Câmara.
O presidente da Câmara, vereador Luis Geraldo (PRB) comparou a situação do Hospital da Mulher com a de outras unidades de saúde no estado do Rio. Para ele, a interdição do Hospital da Mulher foi mal conduzida.
“Trabalhei em hospitais no Rio e, muitas vezes, vi pessoas internadas nos corredores, tomando soro em cadeiras na recepção, centros cirúrgicos alagados em chuvas fortes com aquela correria para levar as pessoas pra lá e pra cá, e não vejo esses hospitais sendo interditados. Acho que isso foi uma coisa mal conduzida, tratada a ferro e fogo, e quem sofre no final é a população. Acho que isso poderia ser conduzido de uma forma com mais sabedoria, de uma forma mais humana, apara ter a oportunidade de resolver sem impedir os atendimentos”, considerou o vereador, que é dentista.
Segundo a Prefeitura, o documento entregue ao Cremerj nesta semana comprova o atendimento a exigências como a compra de desfibrilador com pá pediátrica, a regularização do fornecimento de medicamentos e insumos hospitalares e a presença de dois farmacêuticos com carga horária de 40 horas, entre outras. Em relação à compra de aparelhos de ar condicionado, o governo municipal anunciou que deu início à licitação para adquirir os equipamentos.
Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.
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