Desde o início do mês de junho de 2024, o Instituto Albatroz, que conta com um Centro de Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras em parte da Região dos Lagos. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama. São 25 praias monitoradas – de Unamar, em Cabo Frio, à Prainha, em Arraial do Cabo, passando pelas praias de Búzios – somando 54 quilômetros de litoral.
O monitoramento é feito diariamente a pé e em quadriciclos por técnicos e monitores. Durante a atividade, aves e tartarugas marinhas encontradas vivas pelas equipes de campo são encaminhadas para o Centro de Reabilitação e Despetrolização (CRD) da fase de transição, em Araruama, também sob responsabilidade do Instituto Albatroz. Os animais encontrados sem vida também seguem para o CRD, onde são submetidos à necropsia para que a causa da morte seja determinada, quando possível.
Neste primeiro mês da execução do PMP pela instituição, 48 animais entre aves marinhas e tartarugas foram recolhidos (17 vivos e 31 mortos). Entre os vivos, estão cinco pinguins-de-Magalhães, que foram resgatados nas areias das praias de Cabo Frio (dois na praia do Forte), Búzios e Arraial do Cabo. Nesta época do ano, os pinguins estão em migração, em busca de águas mais quentes, e muitas vezes vão parar nas areias das praias por conta de cansaço extremo ou por estarem doentes. Nestes casos – e, também, nos casos de tartarugas e outras espécies de aves marinhas – os banhistas devem acionar o PMP através do telefone 0800 991 4800.
Entre os resgatados está também um albatroz, ave que é o símbolo da instituição que, após reabilitado, será reintegrado à natureza, assim como os outros animais em recuperação. No dia 30 de junho, duas aves – um atobá e uma gaivota – marcaram a primeira soltura com o Instituto Albatroz à frente do PMP-BC/ES nas três cidades da região.
Centro de Reabilitação e Despetrolização (Fase de Transição)
No CRD, os animais passam por tratamento e são reavaliados para atestar se estão aptos a serem soltos, o que ocorre após a marcação com anilhas metálicas cedidas pelos Centros Nacionais de Conservação e Pesquisa (CEMAVE e TAMAR). Isso permite o acompanhamento caso o animal apareça novamente, mesmo em outra região. O CRD conta com uma equipe formada por médicos veterinários e tratadores.
Em animais mortos é realizada necropsia para identificar a causa da morte e avaliar se houve interação com atividades humanas, como embarcações, petrechos de pesca ou ingestão de lixo plástico.
Sobre o PMP
O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da PETROBRAS de produção e escoamento de petróleo e gás natural, conduzido pela Coordenação Geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Marinhos e Costeiros (CGMAC) da Diretoria de Licenciamento Ambiental (DILIC) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
O PMP está inserido em quatro núcleos, atuando nas bacias de Santos, Campos e Espírito Santo (onde está inserida a Região dos Lagos), Sergipe-Alagoas e Potiguar. Eles abrangem o litoral de dez estados, somando três mil quilômetros de costa brasileira.
O projeto tem como objetivo avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
A coleta desses dados fornece informações valiosas sobre essas espécies, contribuindo significativamente para a formulação de políticas públicas voltadas à conservação da biodiversidade marinha. A população também pode participar, acionando as equipes de monitoramento ao avistar um animal marinho vivo ou morto nas praias, através do telefone 0800 991 4800.
Sobre o Instituto Albatroz
O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que desde 2003 trabalha em parceria com o poder público, empresas pesqueiras e pescadores para a conservação de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O Instituto Albatroz coordena o Projeto Albatroz, que atualmente conta com bases em Cabo Frio (desde 2014), Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC) e Rio Grande (RS).