Pular para o conteúdo
Search

Inea trava licença de funcionamento de posto de combustível para embarcações em Búzios

Marina alega que processo está parado há quase dois anos, apesar de cumpridas as exigências; mas órgão ambiental fala que ainda há pendências
Estrutura do posto está pronta na Praia da Armação, mas não pode ser utilizada - Foto Grupo Prensa de Babel

Desejo acalentado pelos pescadores de Armação dos Búzios, a reativação do posto de combustíveis para embarcações da Marina Porto Veleiro ainda não tem data para acontecer. O motivo é a falta da licença de operação por parte do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A questão se arrasta há pelo menos um ano e meio, sem maiores explicações e, pelo visto, ainda longe de um desfecho.

Curiosamente, de acordo com documento a que a reportagem da Prensa teve acesso, o empreendimento esteve em vias de ser liberado. O parecer técnico 2462/2021, emitido pela Superintendência Regional Lagos São João, do Inea, em 12 de agosto de 2021, referente ao processo EXT-PD/008.13346/2021, foi favorável à concessão da Licença de Operação para atividade de abastecimento de combustíveis líquidos em postos marítimos com tanques subterrâneos.

Entretanto, os avanços pararam por aí. Segundo o advogado Carlos Bandeira Stampa, que representa a Marina Porto Veleiro Búzios, desde o dia 18 de agosto de 2021, o processo está parado e, segundo ele, sem explicações. O representante afirma que tentou contato por diversas vezes com o órgão ambiental para esclarecer os motivos da falta de liberação, mas foi ignorado.

Naquela data, também conforme documentos a que a Prensa teve acesso, a Licença de Operação IN 009880 foi emitida, mas nela constava erroneamente que o posto ficava no município de Arraial do Cabo. No mesmo dia, foi emitida a Licença IN 009883, já com a correção do nome do município, porém o documento jamais chegou a ser publicado, sendo posteriormente cancelado.

Para o advogado, não há razão para a demora na liberação da licença, pois segundo ele, todas as exigências ambientais foram cumpridas.

“O Inea aprovou todas as instalações, todos os equipamentos de proteção. Contratamos uma empresa para fazer o projeto e a análise técnica. Cumprimos todas as exigências do Inea e que não são poucas. Agora os equipamentos estão lá, se deteriorando. Aquelas bombas possuem equipamentos eletrônicos”, preocupa-se Stampa.

Enquanto a questão não é resolvida, os pescadores estão sendo obrigados a consumir diesel nos postos de combustíveis comuns, e que não adequados para o uso nas escunas e lanchas. Além disso, a parte logística fica dificultada pela limitação no transporte do combustível nos galões, o que pode com prometer a autonomia das embarcações no mar, em meio ao trabalho. Muitos trabalhadores do mar, já idosos, não conseguem fazer o translado dos pesados galões entre os postos de combustíveis comuns, seus veículos e as embarcações.

Dominique Silva, presidente da Colônia Z-23

Por essa razão, a categoria se articula para tentar destravar a licença junto ao Inea. O presidente da Colônia de Pesca de Búzios (Z-23), Dominique Silva, reforçou os problemas ocasionados pela falta de um posto de combustível náutico. O movimento conta com o apoio do secretário municipal de Pesca, Agricultura e Esportes Náuticos, Dom de Búzios, e do próprio prefeito Alexandre Martins (Republicanos).

“A Colônia de Pesca apoia todo movimento para que isso volte a funcionar e nos dê mais comodidade de trabalho. Então tem todo o nosso apoio e nossa participação direta para aprovar essa demanda que nós temos. Porque se nós tínhamos esse serviço, hoje não a gente não pode retroceder, tem que avançar, facilitar nossas vidas, facilitar o trabalho, dar comodidade à população que depende do combustível marítimo”, enfatiza.

A história do posto começou em 1983, servindo ao público náutico com regularidade na maior parte do tempo. Em 2010, houve uma grande reforma no cais da Marina. Atualmente o empreendimento tem contrato com a Petrobras, mas as divergências técnicas mantêm o local fechado.

Um dos principais artífices desta história, o arquiteto Octavio Raja Gabaglia, faz parte do grupo que tenta buscar uma solução para o caso.

Nas fotos Otavinho (de branco) conversa com pescadores

“Eu tenho muito carinho por esse posto por todos os motivos. Primeiro, o posto vende um combustível que não explode e o povo que usa, como eu uso, no motor dos nossos barcos um diesel de caminhão que, além de ter o risco de apanhar o diesel no posto e carregar nas costas e levar no barco, é explosivo. O diesel de barco não explode. Também tenho uma ligação afetiva com esse posto, porque fui eu quem criou o primeiro posto com a ajuda de Omar Carneiro da Cunha, que era presidente da Shell na época. Já estou meio velhinho para carregar 50 litros de combustível nas costas, do posto para o carro, do carro para casa, da casa para o barco e o que resta, todo mundo acaba jogando dentro d’água. Acho que se todo Búzios pressionar, esse posto sai, e eu espero que isso aconteça muito rapidamente”, acredita.

Procurado, o Inea alega que existem pendências a serem resolvidas. O órgão ambiental estadual disse que “em nenhum momento a empresa citada informou o órgão das condicionantes de licença que vedavam a atividade de posto de combustível no local” e que “enquanto a empresa não requerer junto ao Inea a alteração das condicionantes, não será possível a finalização da atividade de posto de combustível para embarcações no local”.

Noticiário das Caravelas

Coluna da Angela

Angela é uma jornalista prestigiada, com passagem por vários veículos de comunicação da região, entre eles a marca da imprensa buziana, o eterno e irreverente jornal “Peru Molhado”.

Coluna Clinton Davison

Matérias Relacionadas

Cabo Frio sedia Fórum de Desenvolvimento da Região dos Lagos

Tawa Beach Club promete fim de semana repleto de atrações musicais e gastronômicas

Acúmulo de lixo em Itaipava ameaça saúde pública e economia local

Exposição celebra 200 anos da imigração alemã no Brasil

NOTÍCIAS DE GRAÇA NO SEU CELULAR

A Prensa está sempre se adaptando às novas ferramentas de distribuição do conteúdo produzido pela nossa equipe de reportagem. Você pode receber nossas matérias através da comunidade criada nos canais de mensagens eletrônicas Whatsaap e Telegram. Basta clicar nos links e participar, é rápido e você fica por dentro do que rola na Região dos Lagos do Rio de Janeiro.

Receba nossa Newsletter!

Poxa você já está indo? Bem que você, poderia ficar mais um pouco!

Se precisar mesmo ir, não deixe de assinar nossa Newsletter. Todo dia enviamos nossas notícias diretamente no seu e-mail, você fica informado sobre tudo em primeira mão.

Receba nossa Newsletter!

Ahh outra coisa, ao assinar, acesse seu e-mail e confirme que deseja receber nossa newsletter.