O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) realizou, nesta terça-feira (21/10), uma operação de combate a crimes contra a fauna em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos. A ação resultou no resgate de 93 animais silvestres, mantidos em condições insalubres em um espaço que se autointitulava um instituto de resgate e educação ambiental. O local, que já havia sido interditado em 2024, foi novamente autuado por maus-tratos, descumprimento de embargo e cativeiro ilegal.
A operação foi conduzida pelo Inea em conjunto com a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), o Ibama, a Polícia Federal e o Juizado da Infância e Juventude. Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os agentes encontraram animais mortos, sujeira acumulada, falta de ventilação e higiene. As espécies, mantidas sem separação adequada, estavam expostas a risco de contaminação e transmissão de zoonoses.
Entre os animais apreendidos, estavam dois papagaios-chauá, espécie ameaçada de extinção. Todos foram encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e ao Instituto BW, onde passam por avaliação veterinária e cuidados especializados.
O espaço é administrado por uma mulher que utilizava o nome e a imagem do filho de 13 anos para divulgar as atividades do local, que promovia visitas e ações educativas sem autorização dos órgãos competentes. Em 2024, o Inea já havia apreendido 38 animais no mesmo endereço, também por negligência e risco sanitário. Desta vez, o órgão voltou a autuar o empreendimento com base na Lei Estadual nº 3.467/2000, reforçando o embargo e determinando a responsabilização dos envolvidos.
O secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, afirmou que o Estado vai manter o rigor na fiscalização.
“É inaceitável que um espaço que se apresenta como protetor da natureza mantenha animais nessas condições. O Governo do Estado, por meio do Inea, vai continuar atuando com rigor para garantir o cumprimento da lei e o respeito à vida silvestre.”
Para evitar novos casos, o Inea emitiu ofício às prefeituras fluminenses, orientando que não encaminhem animais silvestres resgatados a locais sem registro oficial. As ações de fiscalização e combate ao tráfico de fauna seguem de forma contínua em parceria com órgãos federais e estaduais.
Denúncias de crimes ambientais podem ser feitas ao Linha Verde, pelos telefones 0300 253 1177 (interior, custo local) ou 2253-1177 (capital), e também pelo aplicativo “Disque Denúncia Rio”, que garante anonimato e permite o envio de fotos e vídeos.