Agentes do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) se anteciparam às autoridades federais e fecharam, no fim da manhã de domingo (22), as barras das Lagoas de Carapebus e do Paulista, no Norte Fluminense, ambas dentro do Parque Nacional da Restinga de Jurubarita (PNRJ). A abertura indevida das lagoas, sem os cuidados técnicos, provocaram um grande desastre ambiental que prejudicou não somente o ecossistema das lagoas como também levaram toneladas de gigogas para as praias da Região dos Lagos na véspera do início da alta temporada de verão, no dia 26.
Segundo o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas (DIBAB) do INEA, Marcelo Morel, em quatro dias todas as ligações das lagoas com o mar estarão fechadas, mas já foi feita a contenção de gigogas. A Prefeitura de Carapebus, com ajuda de moradores, usou tratores para abrir as barras das lagoas numa extensão aproximada de 300 metros cada uma. A ação foi feita dia 14, sem a técnica necessária, após as chuvas dos dias 12 e 13 de dezembro, que inundaram vários bairros de Carapebus.
— Achamos os criminosos. Estamos atuando no ponto zero da calamidade. Montamos um posto de vigilância com a polícia ambiental para impedir outras ações criminosas no local — disse Morel.
Ainda segundo o diretor do DIBAB, o INEA está atuando em Carapebus desde a tarde de sábado e estão chegando reforços do Rio nesta segunda-feira.
— Agora cabe às Prefeituras coletar as gigogas que estão nas praias. A previsão é que as correntes continuem levando a vegetação para as praias da Região dos Lagos nos próximos três dias, pois ainda existe muitas gigogas flutuando no mar.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal ainda não anunciaram as providências que estão tomando para responsabilizar os autores do crime ambiental. O INEA, contudo, segundo Morel, vai agir:
— Terá sanções para todos. Foi uma sucessão de erros que somaram na tempestade de verão. Inclusive com situações já consolidadas em infrações – explicou Morel, acrescentando que ficará a critério do MPF a suposta responsabilização da Prefeitura de Carapebus e do ICMBio, gestor do Parque de Jurubatiba.
Na Praia do Peró, em Cabo Frio, equipes da Comsercaf trabalharam até às 3h de domingo para limpar o trecho certificado com a Bandeira Azul. A limpeza foi feita, mas as gigogas não pararam de chegar no fim da manhã e ao longo do dia, principalmente na área do Parque Estadual da Costa do Sol (Praia das Conchas).
— Estamos conseguindo avançar na limpeza, mas a vegetação não pára de encostar na areia – disse o responsável pela operação, Homero Silva.
O movimento Amigos do Peró pediu ao MPF apuração rigorosa do crime ambiental, mas somente após o recesso de fim de ano (que termina dia 7) o procurador de Macaé irá se pronunciar. Pediu também ajuda ao governador Wilson Witzel para ajudar as prefeituras a limpar as praias antes da chegada dos turistas após o Natal.