O INEA espera concluir ainda neste sábado (28) a operação de fechamento artificial da Lagoa do Paulista, em Carapebus, Região Norte do Rio. Há dois dias, estão sendo preparados 93 ecobags (grandes sacolas ecológicas com areia) para o fechamento da barra, que foi aberta clandestinamente por moradores de Carapebus.
A prefeitura da cidade e a de Quissamã, município vizinho, está colaborando com cinco máquinas, além do apoio da Polícia Ambiental. A abertura das barras das Lagoas de Carapebus e do Paulista foi a causa da poluição das praias da Região dos Lagos com gigogas e taboas.
Segundo Marcelo Morel, diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do INEA (DIBAB), os 93 ecobags já estão cheios e os técnicos vão esperar o melhor momento da maré baixa para fechar a barra, o que pode acontecer no meio do dia. A direção do Parque de Jurubatiba ficou de pedir mais 50 ecobags à Petrobrás para reforçar o trabalho com o fechamento lateral da barra, que será feito posteriormente. A operação está sendo coordenada pelo major Frederico Bezerra, diretor de Pós-Licença do INEA.
— Teremos apenas duas horas, das 12 às 14 horas, para aproveitar a janela da maré baixa. Neste período, teremos que içar e posicionar as ecobags. A operação deve terminar às 18 horas, quando a contenção estará consolidada – previu Morel.
Além de fechar a barra da lagoa, impedindo que gigogas e taboas continuem a poluir as praias da Região dos Lagos, as ecobags servirão para impedir que moradores façam, no futuro, a abertura artificial da barra, como aconteceu no dia 14. A barra só poderá ser aberta com emprego de escavadeiras.
Natural de Carapebus, o corretor de imóveis Juninho Luna defendeu investimentos do município em saneamento básico. A maior parte dos esgotos da cidade é lançada na Lagoa de Carapebus:
— O esgoto acelera a proliferação de gigogas, é o alimento delas. Com o saneamento, diminui a vegetação aquática e a necessidade de abrir a barra. Esta é uma reivindicação de toda a população de Carapebus – afirmou o morador.
Na Praia do Peró, em Cabo Frio, uma das mais prejudicadas com as gigogas, garis da Comsercaf-Peró estão mantendo limpo o trecho certificado com o selo Bandeira Azul, mas ainda não conseguiram retirar a vegetação acumulada nas laterais, principalmente na área do Parque da Costa do Sol.
Turistas que estão na área da Bandeira Azul reclamaram do excesso de ambulantes, que vendem pizzas e churrasquinhos, usando botijões de gás próximo à torre do G-Mar e ao lado da rampa de acesso dos deficientes físicos. Os órgãos municipais de Cabo Frio e o Ministério Público foram alertados, por duas vezes, para os problemas que poderiam ocorrer no verão, mas não foram tomadas providências.