Nascido e criado em Macaé e de família tradicionalmente envolvida na política, na luta das greves e das ações filantrópicas, Magnun Amado, que é formado em Direito e pós-graduado em Gestão Pública pela Unicamp, conta que começou a militar desde muito cedo, nas mobilizações estudantis da escola pública, nos debates envolvendo a comunidade onde mora até hoje. Assumiu no inicio do ano à presidência municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em meio a questionamentos da outra chapa, mas que já parece dado como terminado.
Em 2006 Magnun conhece Igor Sardinha, que foi escolhido pelo PT Macaé como nome a ser apresentado ao setor progressista da cidade como opção para disputar a eleição para prefeito. Juntos, como jovens, começam a realizar ações de filantropia e trabalho social através da “Juventude Responsável”. Até que, de acordo com o ele, “entendendo que o caminho político era um meio de mudar de fato a sociedade” passam a disputar espaço na política. É de Igor que Magnun fala nessa entrevista, pois, lembra, que de lá pra cá estão juntos com o mesmo grupo político onde conseguiram por duas legislaturas ter um mandato a vereador e a candidatura a prefeito nas eleições de 2016.
Prensa de Babel: Você sempre esteve militando junto ao grupo político do Igor Sardinha, ex-vereador e atual secretário de desenvolvimento econômico de Maricá. Pela primeira vez assume o cargo de presidente do PT de Macaé. Quais serão os desafios e metas do seu trabalho à frente do partido?
Magnun Amado – Sei da responsabilidade e da complexidade do processo em que vivemos. Primeiramente é preciso organizar as lutas e trabalhar um projeto de reestruturação do partido em nível municipal, colaborando na organização regional em parceria direta com a direção estadual. Iniciamos um trabalho forte de formação política e de dar voz as lideranças politicas e comunitárias que estão se apresentando para a luta. Estamos dialogando com os movimentos sociais, sindicatos, associações de moradores e instituições religiosas para trazer a sociedade civil para o centro das discussões. Nos últimos anos esses movimentos foram alijados das tomadas de decisões, o que é um erro para qualquer gestor que preza pela democracia. Por fim, estamos no ano de eleições e a consolidação de uma candidatura do campo democrático e progressista é fundamental nesse momento da história. Estamos dialogando junto aos honrosos companheiros de outros partidos como o PSOL e PCdoB par apresentar o melhor projeto para Macaé. Foi com alegria que pude colaborar com a escolha do partido pelo nome do meu amigo e companheiro de vida política, Igor Sardinha o qual sempre militar e caminhei ao seu lado. O PT, portanto, tem pré-candidato a prefeito e coloca esse nome à disposição dos outros partidos para uma tomada de decisão conjunta. Temos ótimos nomes também à disposição em outros partidos, mas acredito que Igor seja o quadro certo para esse momento.
Prensa: Em entrevista dada pelo presidente estadual do PT-RJ, João Maurício, foi declarado que Maricá será um modelo de gestão para os projetos políticos do PT nas eleições desse ano. Estar secretário em Maricá dá o que ao Igor enquanto candidato em Macaé?
Magnun – Estar em Maricá dá a Igor a certeza de que é possível governar conforme sempre defendeu na Câmara Municipal enquanto esteve vereador, cargo que deu a ele o prêmio de parlamentar destaque no Brasil por duas vezes. Assim como ele, também participo da gestão em Maricá e tenho extremo orgulho de fazer parte do processo de transformação da cidade vivida nos últimos dez anos com as gestões do ex-prefeito Washington Quaquá e do prefeito Fabiano Horta. A cidade saiu de um município dormitório para se tornar a maior experiência política e social de uma administração progressista do Brasil. Aos políticas públicas implementadas em Maricá pelos governos do PT é algo sem precedentes na história e precisa ser estudado pelo Partido dos Trabalhadores para que seja um novo modelo petista de governar. É um desafio do nosso presidente João que teremos um enorme prazer em defender e batalhar em todo o interior do estado. Igor não está somente presente em Maricá, ele está trabalhando diariamente, adquirindo a experiência necessária e construindo junto ao prefeito Fabiano e demais companheiros um novo modelo de gestão pública que leva ônibus de graça para população, moeda social, renda básica para todos, acesso integral à universidade e aos direitos sociais, além do fortalecimento da economia local. Tudo isso é a confirmação de que também é possível apresentar para a população macaense um modelo concreto e diferente de gestão. Uma forma diferente de conduzir a cidade que se difere do modelo atual que se demonstrou insuficiente aos anseios do nosso povo. É possível fazer diferente e modificar a vida da nossa cidade trazendo as experiências bem sucedidas que já modificam a vida de milhares de pessoas. Maricá é um exemplo que está ao nosso lado, que ajudamos a construir e que nos ajudará em nosso modelo de governar.
Prensa: Vocês foram os primeiros políticos a se declararem oposição ao governo municipal e ao prefeito Dr. Aluízio logo depois a sua posse. Tiveram papel protagonista no mandato em que o Igor esteve à frente da bancada de oposição. Como você avalia esse posicionamento?
Magnun – É bom lembrar que ainda em 2012 defendíamos a candidatura própria do partido entendendo que o projeto de mudança de Dr. Aluízio não tinha a consistência concreta que os discursos diziam. Igor por muito tempo fez oposição sozinho na câmara de vereadores, depois liderou o bloco de oposição, veio candidato a prefeito enfrentando o atual prefeito e assim até hoje seguimos na oposição ao governo municipal construindo um projeto que apresente alternativa a ele. Aqueles que estiverem dispostos a construir essa frente democrática estão convidados a estarem conosco. Estamos trabalhando para apresentar ações concretas que respondam perguntas complexas como: O que fazer para Macaé sair da estagnação que se encontra? Como gerar riquezas que independam do petróleo? Como voltar a criar empregos? Onde estão os maiores problemas a serem combatidos? Como retomar a relação de respeito junto dos servidores públicos? Como pagar em dia os credores do município? Como readquirir a confiança da sociedade no crescimento da cidade? Como solucionar graves problemas sociais enfrentados nas comunidades? Como diversificar a economia? O pai trabalhador quer ouvir essa discussão, o empresário quer debater essas soluções, as jovens sem oportunidade quem saber disso as lideranças comunitárias clamam por um modelo onde sintam contemplados, as instituições sociais e religiosas que cumprem um papel fundamenta na sociedade clamam por novos ares querem saber. O que vamos fazer é vencermos a eleição trazendo proposta e nos unindo. Juntos e com propostas concretas de um modelo radicalmente democrático e participativo que dialogue com a população, com a universidade, com os movimentos sociais, religiosos, sindicais, com a classe empresarial e a classe política. Chamaremos a responsabilidade de todos e não fugiremos das nossas.
Prensa: Há espaço para que mais partidos e lideranças se aproximem?
Magnun – O que está em jogo em todo processo político é a construção coletiva e a consolidação da democracia na luta contra a desigualdade. Quem tiver disposto a construir conosco será bem vindo. O atual modelo de gestão e participação na política local falhou conforme já havíamos previsto e avisado através dos mandatos representados neste grupo. É hora de fazer diferente, virar a página e aprender com os erros cometidos.