Certificação do Cremerj é inédita na história da unidade de saúde. Hospital oferece serviços ginecológicos, obstétricos, partos e atendimento à vítimas de violência sexual
O atendimento à população feminina de Cabo Frio ganhou um incentivo nesta semana. O Hospital Municipal da Mulher (HMM) recebeu a certidão de regularidade da inscrição da unidade no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). A unidade é inscrita no Cremerj desde abril de 2004, mas esta é a primeira vez que a unidade está totalmente regularizada junto ao órgão fiscalizador.
De acordo com o diretor médico do HMM, Leonardo Magno Amaral, o documento indica a comprovação da legalização da unidade em vários requisitos exigidos pelo órgão, como equipes completas com as qualificações exigidas; implantação de comissões de óbito, de verificação de prontuário e de controle de infecção hospitalar (todas elas documentadas), entre outras exigências.
Esta conquista é fruto do trabalho da cabo-friense, ativista dos direitos da mulher e assessora parlamentar, Carolina Werkhaizer, que viabilizou e apoiou a emenda parlamentar de autoria da deputada estadual Renata Souza (PSOL), com apoio do deputado federal Marcelo Freixo, por intermédio da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro e Instituto. A proposta foi desenvolvida durante os mandatos, com o apoio do Movimentos de Mulheres e Mães do município.
As propostas foram indicadas no ano de 2019 para serem executadas em 2020, mas devido à pandemia, houve a demora no processo de liberação por parte do Ministério da Saúde. Nas redes sociais, Carolina relembrou uma das visitas feitas no hospital junto com o novo diretor, Leonardo Amaral.
De acordo com o diretor, a unidade retornou com as cirurgias infantis e ginecológicas, que haviam sido interrompidas na gestão anterior. O documento é válido até o dia 8 de abril de 2022, desde que não haja alteração nos dados cadastrais.
O Hospital Municipal da Mulher é uma unidade de saúde que oferece serviços especializados em atendimento feminino como partos, atendimento a mulheres vítimas de violência sexual, além de atendimentos ginecológicos e obstétricos. Apesar da relevância para a cidade, a unidade passa por problemas antigos de infraestrutura e falta de profissionais.
Segundo Carolina, está é uma conquista importante na luta contra a violência obstétrica na cidade e na região. “Em tempos de tantos ataques ao SUS, as mulheres continuam se levantando e reivindicando seus direitos, inclusive direito de parir com humanidade, com dignidade. Então é uma grande conquista pra todas nós, e esta é uma luta que precisa ser constante. É um processo de comprometimento do poder público e da sociedade civil”.
Emenda Participativa
As emendas funcionam da seguinte maneira: Cada parlamentar possui um recurso específico do governo federal para aplicar nos municípios. Os deputados podem escolher realizar as emendas junto aos prefeitos, vereadores ou instâncias partidárias.