A possível privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) do Rio de Janeiro não seria a primeira na capital. O Rio de Janeiro, segundo o Deputado Estadual Waldeck Carneiro (PT), já ‘sofreu’ outros processos de privatização de serviços públicos essenciais, como o serviço de Transporte Aquaviário, Ferroviário, Companhia Estadual de Gás. E, para o parlamentar, há interesses do Capital Nacional e Transnacional, muito interessados em assumir o controle de serviços essenciais que a população não pode deixar de contratar. E a Cedae, de acordo com o deputado, interessa e muito.
“Quando você privatiza, os investimentos precisam ser de concessionárias, mas do modelo Tupiniquim de privatização, o Estado para de prestar o serviço, entrega para o setor privado e continua negociando a operação. Isso não dá para entender. É por isso que há interesse de várias empresas, que tem isso como investimento. Não são necessariamente empresas especializadas na gestão da água e fazem isso como investimento. É importante a gente não perder de vista as outras experiências de privatização que tivemos no estado do Rio de Janeiro. Será que a população realmente está satisfeita, mais feliz e se melhorou o serviço? Acho que a resposta não será positiva. Eu temo que no caso da água é essencial para a vida das pessoas, sem água as pessoas não vivem. Durante a pandemia, teve famílias que não puderam fazer a higiene básica, a prevenção básica, como vai fazer sem água, estamos tratando diretamente de algo que repercute na vida das pessoas, na saúde das pessoas e isso não é para vender barato assim”, declarou Carneiro.
Para o vereador Marcel Silvano, a privatização da Cedae interessa a um conglomerado de veículos de comunicação, como rádios, jornais, que se utilizam da incapacidade de gestão atual da empresa. “A Cedae é incapaz de oferecer água a toda população e da maneira que a população merece e ai fazem uma campanha para desmoralizar a empresa, todos os dias, para dizer que a Cedae não presta, porque é pública e isso é um equívoco. Acredito, primeiramente, que a privatização atende a esses financiadores e, segundo, também a aqueles que não tem o menor interesse em tratar o debate da água e entender o que tem de capacidade, por exemplo, de água, nas nascentes do Rio Macaé, e quais são os nossos recursos hídricos e como podemos fazer para nos proteger. A privatização da Cedae é também não querer discutir com a pesquisa. É um debate amplo sim e que precisa ser aprofundado também com a UFRJ, que elaborou a Carta das Águas. A pesquisa também que ser ouvida”, concluiu o vereador de Macaé.