Cerca de 40 pessoas participaram do ato em favor do Mangue da Ogiva, que aconteceu na manhã deste sábado (25), em Cabo Frio. O grupo composto de lideranças ambientais e de moradores das cidades de Cabo Frio e Búzios desobstruiu a entrada de água para o berçário do manguezal. Segundo a organização, foram retirados com as próprias mãos mais de um caminhão de pedras colocados indevidamente e prejudicando o patrimônio natural.
“Não aceitaremos mais que poderosos e criminosos ambientais deem as cartas e decidam nossas vidas em Cabo Frio! Gratidão a todas guerreiras e guerreiros que vieram de diversos pontos da cidade e de Búzios! Vamos juntos lutando por um futuro melhor”, destacou o ativista ambiental Lucas Muller.
O manifesto foi organizado para chamar a atenção das autoridades contra o descumprimento de ordem judicial na Ação Civil Pública (ACP) por parte do empreendimento Marina Viverde Ogiva. A ação é movida pelo Ministério Público Estadual, que determinava a suspensão de supressão de vegetação no local, o que segundo os ativistas vêm ocorrendo há tempos. Segundo as denúncias recebidas pelo MPE, o crime ambiental na área do manguezal ocorre desde março deste ano quando queimaram todas as árvores da região e esta semana colocaram as pedras para tapar o fluxo de água e, consequentemente, secar a área. O empreendimento estaria aterrando o mangue.
Diante disso, os movimentos SOS Dunas do Peró, Observadores de Pássaros, Centro de Estudos e Conservação da Natureza, Subverta, Coletivo Ecossocialista, SOS Aves, conselheiros da APA Pau Brasil e do Parque Estadual da Costa do Sol (Pecs) além de ambientalistas, universidades da região se movimentaram para lutar pela preservação do local.
O Mangue da Ogiva é um verdadeiro berço de vida selvagem e um importante ponto de descanso de aves limícolas migratórias. O local recebe aves como flamingos, colhereiros, garças, andorinhas e marrecos, que vêm de outros países como Argentina, Chile e até da Antártida.
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