Há algum tempo as redes sociais está sendo a forma que muitos reacionários, conservadores, racistas e homofóbicos escolheram para propagar seu ódio. Mensagens preconceituosas podem ser encontradas em várias publicações sobre os mais diversos assuntos. Nesta terça-feira (10), o grupo de ativistas LGBT, Ostras G Diversidade que atua em Rio das Ostras começou a ser atacado após uma publicação que chamava moradores do município para se juntar ao grupo e militar “pela cidadania LGBT, inclusão social e direitos humanos”. Uma mulher, aparente moradora de Niterói, através das redes sociais, começou comentar a publicação com ofensas lgbtfóbicas e preconceituosas.
Ela inclusive compartilhou postagem da página do grupo de ativistas com textos que diziam “GLBT (sic) não são benvindo (sic)”, que o grupo ensinaria “safadeza para os filhos” e deveriam ir “para o quinto dos infernos (sic) com isso de normal”.
De acordo com o presidente do grupo Ostras G Diversidade, Jhonathan de Oliveira, conhecido como Hórus, a internauta chegou a discutir com ele de forma privada após ter acesso a seu perfil pessoal nas redes sociais.
“As notificações das inúmeras mensagens delas chegaram a me acordar às 2h da manhã. Só posso acreditar que seja uma pessoa desequilibrada, para invadir meu perfil pessoal e me ameaçar. Ela chegou a dizer várias coisas absurdas; que iria no próximo evento que o grupo fizer e faria muito escândalo; que essa ‘ditadura gayzista’ tinha que acabar e que nossas ações são contra os valores morais do município”, comentou Hórus.
O presidente do grupo de ativistas Ostras G Diversidade conta ainda que tomou todas as medidas legais necessárias para que a internauta seja encontrada e arque com as consequências de suas ações. Hórus conta que entrou em contato com um advogado, fez um boletim de ocorrência e protocolou o caso na Vara Criminal do Fórum de Rio das Ostras.
“Não admitirei lgbtfobia em Rio das Ostras. Não posso ter ela me ameaçando toda noite. E não podemos deixar que pessoas desse tipo pensem que é permitido ameaçar os outros pela internet, não importando a orientação sexual de cada um. Espero que o IP do computador dela seja rastreado e ela seja encontrada. Não me interessa nenhum dinheiro, mas gostaria que ela tenha que distribuir cestas básica, fazer trabalhos voluntários ou ações desse tipo”, afirmou.
Jhonathan de Oliveira também é coordenador da União Nacional LGBT e secretário geral do Fórum LGBT do Interior do Rio de Janeiro. Ele conta ainda que
“Acho que tem tanta coisa pra se incomodar no mundo. A fome, o racismo, problemas do meio ambiente, mas têm pessoas que continuam se ofendendo pela orientação sexual que é diferente da deles. Espero que o futuro seja melhor e as pessoas parem de contaminar o mundo com a podridão que passa por suas mentes. Fora isso, tenho que agradecer a todos as pessoas LGBT que me avisaram inicialmente das ofensas e que me defenderam. Acredito que se estamos fazendo um bom trabalho e incomodando os preconceituosos, estamos no caminho certo”, concluiu.