Caso ocorreu no sábado (4), no local que fica próximo à Praça Santos Dumont, no centro da cidade
Quatro amigos, moradores do município de Rio das Ostras que visitavam a cidade de Búzios neste sábado (4), alegam ter presenciado um ato de homofobia enquanto utilizavam o banheiro público localizado em frente a Praça Santos Dumont, no centro.
Segundo relato de Bruno, com exclusividade para o Prensa, tudo começou quando ele estava em uma das cabines do banheiro público. “Ouvi quando um homem começou a fazer comentários homofóbicos sobre outros rapazes que estavam utilizando o banheiro. Logo que entendi o que estava ocorrendo pedi que ele parasse com os insultos, que o que ele estava fazendo era crime de homofobia”, comentou.
A confusão continuou fora do banheiro, e de forma mais violenta. “Saí do banheiro e avistei um guarda municipal. Avisei que o homem estava alterado e possivelmente embriagado e que poderia agir com violência. Segui caminhando até a praça com o cara, que estava acompanhado de uma mulher e uma criança , gritando e cada vez mais violento. Gritei para me defender e chamar a atenção das pessoas que estavam na praça, já que ele estava me ameaçando. O guarda seguiu próximo de todos nós”, explica.
Já na praça, Bruno conta que algumas pessoas tentaram defendê-lo. “Foi quando ele veio pra cima de mim para me dar um soco, me defendi com o guarda-chuva que quebrou quando ele caiu, já com o pessoal da praça e o guarda tentando contê-lo. Ele ainda se levantou para me agredir mais uma vez, mas foi imobilizado, por fim pelo guarda municipal, e fomos embora, ainda escutando os insultos”, explicou.
Após o ocorrido, não houve registro de ocorrência na delegacia do município.
O comando da Guarda Municipal informou ao Prensa que o agente de plantão no momento da ocorrência agiu com rapidez e cumpriu os protocolos para resguardar os homens e a população que estava próxima ao local, quando percebeu toda a movimentação já fora do banheiro. Ainda segundo informações da Guarda, o homem que estava com a família, aparentava estar em estado alterado de consciência pelo uso provável de álcool. O agente precisou de fato fazer a contenção para que não houvesse violência.
“O nosso entendimento é que a população deve ser resguardada de todas as situações de violência. Seguimos os protocolos para garantir que todos tenham o tratamento justo e igualitário, especialmente neste período do ano em que aumenta a quantidade de turistas e visitantes na cidade. A Guarda recebe treinamento e capacitação regulares para cumprir esses requisitos”, salientou o chefe da Guarda em Búzios, o agente Marcos Clayton de Assis Sodré.
Sobre violência e homofobia
A psicóloga do Centro de Cidadania LGBT da Baixada Litorânea, Juliana Tempone, explica que a LGBTfobia é qualquer atitude e comportamento de aversão a pessoas não-heterosexuais e não-cisgênero, começando por verbalizações que hostilizem esse grupo, até agressões físicas que podem levar até a assassinatos. “O Brasil é o país que mais registra assassinato e suicídio por motivação LGBTfóbica, registrando 1 morte a cada 23h, segundo o relatório do Grupo Gay da Bahia de maio de 2019”, comentou.
Em casos de LGBTfobia é importante que se faça o registro de ocorrência na delegacia mais próxima ou Disque 100 para denúncias que direciona para o Centro de Cidadania LGBT da Baixada Litorânea, ou o (22) 98866-0772, que a equipe técnica dará o suporte jurídico, psicológico e social para as vítimas, além de fazer o acompanhamento de boletins de ocorrência e outros serviços, como encaminhamento para outros equipamentos que formam a rede de apoio.