Servidores municipais não aceitam trabalho presencial sem discutir plano de segurança sanitária que ofereça proteção. Prefeitura não abre diálogo com a categoria
Em greve desde o dia 8 de junho, data em que a prefeitura de Búzios convocou servidores para o retorno ao trabalho presencial, profissionais da Educação seguem com a paralisação da categoria. Intitulada “Greve pela Vida”, a mobilização nasceu para proteger o trabalhador neste momento de pandemia, em que o número de casos de contaminação pelo novo coronavírus cresceu 150% nos últimos dias, passando de 181 para 451.
De acordo com a diretora do Sepe Lagos, Martha Pessoa, a prefeitura convocou o retorno dos trabalhadores via whatsapp, de maneira informal, sem antes discutir com a categoria uma estratégia sanitária que ofereça segurança.
– Não entendemos os motivos da prefeitura ao tomar tal atitude. Convocaram neste primeiro momento o retorno presencial de profissionais das áreas de assessoramento pedagógico, como supervisor, orientador e inspetor educacional, técnicos administrativos, inspetores de alunos, auxiliares de creche e merendeiras. Só faz sentido essas equipes estarem nas escolas, se as escolas estiverem funcionando. E como funcionar se os dados que temos apontam um cenário de perigo, de uma doença sem vacina, sem tratamento num município sem leitos suficientes, que não testa a população a contento. Nossas escolas são precárias, não oferecem produtos básicos de higiene. Não temos material de limpeza, sabonete, papel higiênico. São espaços de alto risco de contaminação. O momento é de muito cuidado – explica Martha.
A diretora do Sepe Lagos diz que embora o Ministério Público do Trabalho tenha determinado que a prefeitura abra canal de conversa e negociação com o sindicato dos profissionais de Educação, o Executivo mantém a posição de não receber o grupo e não reconhecer a greve.
Carro de Som alerta população
Visando informar pais, alunos e população em geral sobre o que está acontecendo na Educação buziana, o sindicato colocou para circular a partir desta quinta-feira (25), um carro de som com mensagem sobre a greve e seus motivos.
– É importante a população saber que o retorno dos profissionais ao trabalho presencial representa uma ameaça à segurança de todos, pois a maioria desses servidores mora em cidades vizinhas e tem que utilizar transporte público todos os dias e ultrapassar as barreiras sanitárias, aumentando as chances do vírus circular e contaminar moradores – acrescenta Martha.